O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, instou nesta quinta-feira (26) seus seguidores a participar de uma passeata no sábado (28) para lembrar os 26 anos do levante popular conhecido como “Caracazo”, que deixou centenas de mortos. “Amanhã [hoje] há muitas atividades em todo o país, mas, em 28 de fevereiro, sábado, eu convido vocês para a grande marcha anti-imperialista do povo da Venezuela aqui em Caracas. Farei importantes anúncios durante essa marcha”, disse o presidente durante uma cerimônia em Caracas que teve transmissão obrigatória em rádio e TV.
A revolta popular, no dia 27 de fevereiro de 1989, começou nas favelas de Caracas com um protesto contra o aumento dos preços do transporte público decretado pelo governo de Carlos Andrés Pérez (1974-1979 e 1989-1993) e das taxas cobradas pelo FMI (Fundo Monetário Internacional). A manifestação foi reprimida à bala pelos soldados e policiais, e um número estimado entre 300 e 3.000 pessoas foram mortas.
Maduro pediu ao povo para participar da marcha com bandeiras e com outros símbolos patrióticos e disse que durante o evento serão feitas homenagens ao presidente Hugo Chávez, morto em 2013. “Nunca mais um 27 de fevereiro. Para isso surgiu um Chávez, porque a pátria, despedaçaram-na, saquearam-na, e o povo estava órfão e perseguido”, afirmou Maduro.
O Escritório Regional para a América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) condenou a morte do jovem Kluyberth Roa, que foi baleado, em um protesto em San Cristóbal, na Venezuela, na terça-feira (24).
O representante do ACNUDH para a América do Sul, Amerigo Incalcaterra, expressou sua solidariedade com a família da vítima e apelou às autoridades para que investiguem com eficiência e imparcialidade as circunstâncias da morte. “Nós tomamos nota da condenação das autoridades para esse fato, bem como a prisão de um policial. Ao mesmo tempo, pedimos o estabelecimento precoce de responsabilidade pela morte de Kluyberth”, disse.
Incalcaterra reiterou a preocupação manifestada pelo ACNUDH sobre a resolução 008610 do Ministério da Defesa da Venezuela, de 10 de fevereiro, que autoriza o uso de força letal para conter protestos. Segundo o representante, este deve ser o último recurso, apenas aplicável segundo os princípios da necessidade e da proporcionalidade e apenas em situações em que é estritamente inevitável para proteger a vida.
Ele ressaltou que a morte do jovem aconteceu em um momento de crescente tensão e insegurança no país e manifestou preocupação com relatos de que seu gabinete recebeu sobre outras mortes violentas de jovens nas últimas semanas, supostamente por agentes do governo.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Deixe sua opinião