Maduro disse que fará “importantes anúncios” durante a marcha.| Foto: Prensa Miraflores/Efe

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, instou nesta quinta-feira (26) seus seguidores a participar de uma passeata neste sábado (28) para lembrar os 26 anos do levante popular conhecido como “Caracazo”, que deixou centenas de mortos.

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“Em 28 de fevereiro, sábado, eu convido vocês para a grande marcha anti-imperialista do povo da Venezuela aqui em Caracas. Farei importantes anúncios durante essa marcha”, disse o presidente durante uma cerimônia em Caracas que teve transmissão obrigatória em rádio e tevê.

Comissão é reação à atitude “medíocre” do Itamaraty, diz senador

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A comissão de senadores que pretende verificar in loco a situação na Venezuela foi criada diante da reação “tímida e inibida” do Executivo frente à crise política e social no país vizinho.

Os parlamentares cobram uma reação mais enfática do governo Dilma Rousseff.

“Não dá para dialogar com um governo que reage com balas e bombas. As posições da chancelaria brasileira foram medíocres”, afirmou o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), autor do requerimento que criou o grupo.

A expectativa é que o grupo defina na próxima semana a data da ida ao país vizinho.

Uma vez definido o cronograma, o objetivo é conversar com autoridades do governo de Nicolás Maduro, integrantes da oposição e da sociedade civil.

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A revolta popular, no dia 27 de fevereiro de 1989, começou nas favelas de Caracas com um protesto contra o aumento dos preços do transporte público decretado pelo governo de Carlos Andrés Pérez (1974-1979 e 1989-1993) e das taxas cobradas pelo Fundo Monetário Internacional.

A manifestação foi reprimida à bala pelos soldados e policiais, e um número estimado entre 300 e 3 mil pessoas foram mortas.

Maduro pediu ao povo para participar da marcha com bandeiras e com outros símbolos patrióticos e disse que durante o evento serão feitas homenagens ao presidente Hugo Chávez, morto em 2013. “Nunca mais um 27 de fevereiro. Para isso surgiu um Chávez, porque a pátria, despedaçaram-na, saquearam-na, e o povo estava órfão e perseguido”, afirmou Maduro.

O Escritório Regional para a América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) condenou a morte do jovem Kluyberth Roa, baleado, em um protesto em San Cristóbal, na terça-feira (24).

“Pedimos o estabelecimento precoce de responsabilidade pela morte de Kluyberth”, disse Amerigo Incalcaterra, representante do ACNUDH para a América do Sul.

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