O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu neste domingo (4) ao mecanismo Covax, coordenado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que envie as vacinas contra a Covid-19 ao país ou devolva o dinheiro pago, segundo ele, após constatar que o órgão "falhou" por ainda não tendo fornecido nenhuma dose.
"Ou eles nos enviam as vacinas ou nos devolvem o dinheiro, mas chega de zombaria contra o povo da Venezuela. Tem a mão de alguém ali para que as vacinas não cheguem à Venezuela", disse Maduro, em um discurso através da emissora estatal VTV.
Ele pediu a sua vice-presidente, Delcy Rodríguez, para entrar em contato esta semana com o Covax e transmitir o "ultimato", porque, segundo ele, o país fez o pagamento das vacinas "há dois meses". "Esse dinheiro está numa conta bancária do sistema Covax e o sistema Covax falhou com a Venezuela, digo isso publicamente: o sistema Covax falhou com o povo da Venezuela (...) e eles não nos dão uma resposta", insistiu.
No dia 10 de junho, o regime chavista disse que o mecanismo Covax informou que cerca de US$ 10 milhões dos US$ 120 milhões depositados pela Venezuela para a aquisição de doses de vacinas contra a Covid-19 foram "bloqueados por um banco internacional e estão sob investigação". Neste domingo, Maduro afirmou que, após o alívio de sanções dos EUA para aquisição de materiais relacionados à pandemia, o dinheiro havia sido desbloqueado.
"Então aí temos (o pagamento) e esse dinheiro está aí em uma conta bancária do sistema Covax e o sistema Covax falhou com a Venezuela”, insistiu, dizendo que se o mecanismo devolver o dinheiro, irão recorrer a outras entidades para comprar as doses das vacinas.
"Se recuperarmos o dinheiro, saberemos onde comprar, porque já conversamos com instituições globais e multilaterais para fazer isso", disse.
A entrada da Venezuela no mecanismo Covax tem sido polêmica desde seu início, em princípio porque o governo denunciou que não poderia pagar por conta de recursos retidos devido a sanções econômicas dos Estados Unidos. Em abril, indicou que conseguiu recursos para custear o mecanismo para o qual espera 11.374.400 doses de vacinas. Mas na época, a ditadura informou que não queria receber as doses de AstraZeneca que haviam sido reservadas para o país por preocupações com coagulação de sangue, um efeito colateral muito raro que a Organização Mundial da Saúde disse não ser suficiente para justificar a suspensão de seu uso. Agora o país está esperando receber doses da vacina da Janssen (Johson & Johnson) e da Novavax.
Apesar da crise humanitária, a Venezuela não é elegível para receber vacinas gratuitamente pelo Covax. O mecanismo, por meio de doações de nações ricos, subsidia doses para países de renda baixa e média-baixa, seguindo a classificação do Banco Mundial. A Venezuela, como não atualiza seus dados oficiais desde 2014, aparece como um país de renda média-alta.
Os números sobre vacinação na Venezuela não são informados. Doses da Sputnik V e da Sinopharm são usadas na campanha de imunização no país e a cubana Abdala também está sendo integrada à lista de vacinas disponíveis, depois que a ditadura chavista fechou, no fim do mês passado, um acordo com Cuba para a compra de 12 milhões de doses.
Especialistas venezuelanos têm alertado que a vacina cubana é experimental e não deveria ser usada de forma massiva no país. Até o momento, de acordo com a Missão Médica Cubana na Venezuela, 10 mil venezuelanos foram vacinados com a Abdala, que, segundo a ditadura castrista, tem mais de 90% de eficácia.
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