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Nicolás Maduro com uma pilha de barras de ouro durante uma coletiva de imprensa em Caracas, Venezuela, em 22 de março de 2018 |  Carlos Becerra / Bloomberg
Nicolás Maduro com uma pilha de barras de ouro durante uma coletiva de imprensa em Caracas, Venezuela, em 22 de março de 2018| Foto:  Carlos Becerra / Bloomberg

O regime de Nicolás Maduro suspendeu os planos de mandar 20 toneladas de ouro venezuelano para o exterior, cedendo à crescente pressão internacional para manter os escassos bens do país em mãos seguras, segundo uma pessoa que tem conhecimento direto do assunto. 

As barras de ouro foram pesadas e separadas para o embarque, mas não serão enviadas. A pessoa não sabia para onde o ouro iria ou a natureza exata da transação, mas o destino das barras havia se tornado motivo de grande preocupação tanto na Venezuela quanto no exterior. Avaliados em cerca de US$ 850 milhões, eles são uma importante fonte de riqueza em um país que mergulhou na pobreza extrema sob a liderança de Maduro. 

Na quinta-feira, Marco Rubio, o senador da Flórida que ajudou a liderar a posição linha dura dos Estados Unidos em relação ao regime de Maduro, disparou um tweet dizendo que a Noor Capital, dos Emirados Árabes Unidos, era a empresa financeira orquestrando a transação do ouro com autoridades venezuelanas. Rubio em seguida alertou a empresa de que tanto ela quanto qualquer companhia aérea contratada para retirar o ouro estarão sujeitas às sanções do Tesouro dos EUA. 

Leia também: Para onde está indo o ouro da Venezuela?

O alerta de Rubio veio um dia depois que o Conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, enviou uma mensagem semelhante à comunidade de investidores. "Meu conselho para banqueiros, corretores, traders, facilitadores e outros negócios: não negocie com ouro, petróleo ou outras mercadorias venezuelanas roubadas do povo venezuelano pela máfia de Maduro", disse Bolton em um tweet

Vinte toneladas são muitas barras de ouro - quase 1.600. No total, elas representam cerca de 10% de todas as reservas externas do banco central venezuelano. Esses ativos formam uma parte fundamental da feroz batalha pelo controle das finanças da Venezuela entre Maduro e Juan Guaidó, o líder da Assembleia Nacional que está tentando instalar um governo de transição com o apoio dos EUA e de outros países da região. 

Em entrevistas e coletivas de imprensa, Guaidó sempre enfatiza o esforço de sua equipe para salvaguardar os poucos ativos remanescentes da Venezuela, para que possam ser usados para financiar o fluxo de ajuda humanitária para o país devastado pela crise.

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