O presidente Nicolás Maduro disse neste sábado (4) que os Estados Unidos estão exercendo “pressões brutais” sobre os governos do continente para isolar a Venezuela, que vive uma severa crise econômica e política.
Durante discurso em uma cúpula de países do Caribe realizada em Cuba, Maduro lançou um chamado enérgico a “não ceder às pressões imensas de Washington contra a Venezuela”.
Maduro insinuou que o governo dos EUA faz campanha pelo uso de um mecanismo da OEA (Organização de Estados Americanos), a Carta Democrática Interamericana, para prejudicar seu país.
A Carta pode abrir caminho para sanções a países que vivam rupturas no processo democrático.
Na terça (31), o secretário-geral da OEA, o uruguaio Luis Almagro, propôs marcar uma sessão para discutir a crise na Venezuela. Ele acatou argumento de que Maduro viola direitos políticos e sabota a atuação do Parlamento.
Almagro também endossou apelos para que o chavismo aceite a realização de um referendo para revogar Maduro ainda neste ano.
Mas a pressão de Caracas contra países aliados conseguiu esvaziar o movimento pela aplicação da Carta e levou a OEA a emitir comunicado genérico chamando ao diálogo entre governo e oposição.
“A Venezuela não vai se dobrar e se pretendem nos encurralar, vamos lutar de frente”, prosseguiu o líder venezuelano. “A Venezuela não aceita ser tutelada, monitorada ou sofrer intervencionismo de nenhuma forma.”
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