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Ditador chavista

Maduro diz que Maradona foi “assassinado” durante uma operação para eliminar os “símbolos da Argentina”

O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, e o ex-jogador Diego Maradona em 2018 (Foto: EFE/Cristian Hernández)

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O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, fez uma declaração controversa na noite desta quinta-feira (4) ao afirmar que o ícone do futebol argentino Diego Armando Maradona foi “assassinado” como parte de uma operação para “erradicar” os símbolos da "Argentina rebelde".

Durante a transmissão de seu podcast, gravado no Estádio Monumental Simón Bolívar, em Caracas, Maduro disse que a morte de Maradona estava ligada ao atentado realizado contra Cristina Kirchner, ex-presidente da Argentina, e que ambos os eventos foram orquestrados para permitir que o “fascismo” assumisse o poder na Argentina.

"Eu acredito que foi uma operação para acabar com os símbolos da Argentina rebelde, a Argentina profunda, e primeiro eles acabaram com Diego. Eu tenho essa certeza. E depois eles queriam acabar ao vivo e diretamente na televisão com Cristina [Kirchner]. [Com isso] a Argentina ficaria sem vozes", disse Maduro.

O ditador chavista “relembrou” uma conversa que teve com Maradona pouco antes de sua morte, onde expressou “preocupação” com a segurança do ex-jogador e o convidou a se mudar para a Venezuela.

"Conversei com ele [Maradona] no dia do seu aniversário de 60 anos, nos dias antes de ele falecer. Eu disse: 'Diego, venha para a Venezuela, estou preocupado com você. Veja bem, há pessoas muito más, fascistas, e elas sabem que você é a voz da rebeldia dos povos, que diz o que ninguém ousa dizer na Argentina e no mundo'”, afirmou Maduro.

Durante a entrevista, Maduro também citou Maradona para criticar o atual governo do libertário Javier Milei na Argentina, acusando-o de “fascismo e sionismo”. O chavista também citou o nome do ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro (2019-2022). Além disso, o ditador de Caracas também criticou e desafiou as políticas de Milei em relação à Venezuela.

“Não vou dissimular um discurso. O que chegou ao poder na Argentina com [Javier] Milei foi o fascismo, o sionismo. Agora Milei fala que ele liderará uma cruzada para que a Venezuela seja sancionada, cercada e golpeada. Eu digo a Milei de Caracas, dos bairros de Caracas, digo a Milei: 'É você e quantos mais?'”, disse Maduro.

“Olhe para o espelho de [Jair] Bolsonaro, olhe para o espelho de [Mauricio] Macri. Quem mexe com a Venezuela seca. Se eu tivesse um Diego, Diego já teria respondido a Milei e o teria colocado em seu lugar. Por isso é a tese que tenho [sobre Maradona ser assassinado] e estou certo de que um dia a verdade virá à luz pública, mas a Argentina, a Argentina de Evita [Eva Perón], do general [Juan Domingo] Perón, a Argentina de Diego, a Argentina boa resistirá e voltará", concluiu Maduro.

Maradona morreu em novembro de 2020 vítima de um ataque cardíaco, segundo as autoridades. O ex-jogador tinha 60 anos e estava em Buenos Aires, onde se recuperava em casa de uma cirurgia na cabeça para a retirada de um coágulo no cérebro.

Enquanto Maduro dá entrevistas e faz acusações sem provas, a situação política na Venezuela permanece tensa em meio à luta do ditador chavista para se perpetuar no poder nas eleições presidenciais marcadas para ocorrer no dia 28 de julho.

A perseguição de Maduro contra a oposição está sendo implacável, com diversas prisões, inabilitações e acusações de conspiração. Devido a tudo isso, seis membros da oposição buscaram refúgio na embaixada argentina em Caracas. O governo Milei anunciou nesta sexta-feira (5) que está atualmente negociando um salvo-conduto para esses opositores venezuelanos.

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