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O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, reiterou nesta segunda-feira (12) que não vai entregar o poder à maior coalizão de oposição, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), que ele chama de "oligarquia fascista" e que contesta o resultado das eleições presidenciais de 28 de julho, que para o chavista Conselho Nacional Eleitoral (CNE) foi a vitória do líder chavista.
"Não vamos entregar a riqueza deste país ao imperialismo, não vamos entregar o poder político deste país a essa oligarquia fascista", declarou Maduro durante uma reunião do Conselho de Defesa Nacional, na qual falou da crise desencadeada após as eleições, que incluiu protestos e operações policiais que resultaram em 25 mortes e mais de 2,4 mil prisões, de acordo com fontes estatais.
Nessa reunião, ele reiterou suas acusações contra o candidato presidencial pela PUD, Edmundo González Urrutia, e a líder opositora María Corina Machado, que denunciaram que houve fraude nas eleições.
Ele alegou que os dois estão escondidos e foragidos, embora tenham participado de protestos nas ruas nos últimos dias.
"Onde estão aqueles que planejaram, aqueles que pediram violência e depois a justificaram nas redes sociais? Que eles assumam sua responsabilidade", afirmou Maduro, que pediu "maior rapidez, eficiência e mão de ferro para enfrentar o crime".
Nesse sentido, ele reiterou que os "autores intelectuais e financiadores" dos protestos pós-eleitorais - alguns dos quais se transformaram em atos de violência - "têm de ir para a cadeia".
O CNE, que de fato é controlado pelo regime chavista e que alega ter sofrido um ataque cibernético no dia da votação, ainda não divulgou as atas de votação com o resultado detalhado que confirmaria a suposta vitória de Maduro - contrariando seus próprios regulamentos. Esse silêncio vem sendo questionado por muitos países.
Por sua vez, a PUD publicou em um site 83,5% dessas atas, que confirmam que González venceu a eleição presidencial por ampla margem.