O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, disse ter responsabilidade no que considerou o fracasso no modelo econômico adotado por seu regime na Venezuela, que enfrenta hiperinflação e quatro anos de recessão.
"Os modelos produtivos que até agora temos testado fracassaram, e a responsabilidade é nossa, é minha, é sua", afirmou o mandatário no congresso do Partido Socialista Unido da Venezuela, na noite de segunda-feira (30).
"Chega de choramingar, temos que produzir com agressão ou sem agressão, com bloqueios e sem bloqueios, para fazer da Venezuela uma potência. Zero lamentos, o que eu quero são soluções".
A situação da Venezuela vem se deteriorando desde o fim dos 14 anos de governo de Hugo Chávez (1954-2013), em que os controles de preços e do câmbio e as expropriações haviam diminuído a produção industrial e agropecuária.
Devido a isso, o governo usava as divisas do petróleo, que perfaz mais de 90% das exportações, para comprar produtos básicos. A situação, porém, começou a se tornar insustentável em 2015, dois anos após a posse de Maduro, quando os preços da commodity começaram a cair bruscamente.
Na época, diante do aumento da escassez de alimentos e remédios, o mandatário afirmou pela primeira vez que o país era vítima de uma guerra econômica e lançou um decreto de emergência para tomar medidas no setor.
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Em vez de abrir a economia, reforçou o controle estatal sobre os setores produtivos e de abastecimento, alguns deles geridos por militares, como os Comitês Locais de Abastecimento e Produção (Clap), programa de alimentos subsidiados dos quais depende a maioria da população pobre.
Quebra da PDVSA
Desde 2017, o regime também passou para os militares o controle da petroleira estatal PDVSA, cujos títulos foram alvos das sanções econômicas dos EUA, assim como os papéis da dívida pública.
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No início do mesmo ano, Maduro havia afirmado que seria necessário um novo modelo que superasse a dependência do petróleo. Até o momento, porém, não houve mudanças significativas.
Ao mesmo tempo, a produção de petróleo vem caindo, passando de uma média de 2,4 milhões de barris de petróleo diários em 2015 para 1,5 milhão em junho passado.
A deterioração da PDVSA ganhou uma nova fase no sábado (28) quando Maduro anunciou o que chamou de racionalização da distribuição de gasolina, a mais barata do mundo, hoje vendida por 6 bolívares (R$ 0,000001).
Na terça (31), ele revelou que o regime venderá mais barato a gasolina para quem leve seu veículo a um recadastramento nesta semana e tenha a chamada Carnê da Pátria.
O documento vem sendo exigido para a compra de alimentos e programas sociais e considerado pela oposição um método de cabresto.
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