O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou na terça-feira (3) que sabotadores provocaram o apagão que, no dia anterior, interrompeu o fornecimento de eletricidade na capital e em outros 15 Estados da região central e oeste do país. Maduro disse que o problema aconteceu no sistema 765, entre as estações San Gerónimo e la Orqueta, no Estado de Carabobo.
"Há planos para deixar o país sem luz", disse Maduro num discurso transmitido tarde da noite pela emissora estatal de televisão. Segundo ele, a ruptura de condutores num local deserto de Carabobo levar a crer que havia a intenção de afetar o sistema elétrico nacional por um período entre 24 e 48 horas.
Há uma "hipótese sobre como puderam explodir os condutores", um caso que ocorreu "pela primeira vez em 30 anos" e apenas alguns dias antes das eleições municipais, declarou o presidente, sem, contudo, apresentar mais detalhes.
Segundo Maduro, o apagão teria como objetivo criar "ansiedade e nervosismo" antes das eleições, marcadas para domingo, 8 de dezembro.
As autoridades negam as afirmações de alguns analistas que atribuem a falha a graves problemas nas linhas de transmissão, que estariam no limite da carga elétrica, além da falta de manutenção do sistema.
O apagão interrompeu um discurso de Maduro, no palácio do governo, que era transmitido pela televisão estatal.
Situação parecida aconteceu em setembro, quando quase 70% do país ficou sem luz por várias horas por causa de uma falha em uma das principais linhas de transmissão no centro do país. Maduro atribuiu o problema a uma suposta sabotagem, mas não apresentou provas.
Em seus sete meses de governo, Maduro tem denunciado a existência de uma série de sabotagens e planos de assassinato, acusações que a oposição afirma fazerem parte de uma estratégia do governo para distrair a atenção dos venezuelanos da difícil situação econômica enfrentada pelo país, com a aceleração da inflação e os graves problemas abastecimento de alimentos e produtos básicos.