O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o líder opositor Henrique Capriles agradeceram neste domingo (21) o papa Francisco pela alusão à Venezuela após uma missa na Praça de São Pedro.
"De acordo papa Francisco, estou preocupado com a intolerância, o ódio e a violência que geraram mortos e feridos", assinalou Maduro em sua conta na rede social Twitter.
"Com o senhor papa, vamos invocando Cristo e São Francisco de Assis para que suas bênçãos protejam o povo e consiga assegurar a paz", acrescentou o governante venezuelano.
Pouco antes, Capriles, também através de sua conta no Twitter, escreveu: "Milhões de agradecimentos ao papa Francisco por sua menção à Venezuela e à busca de soluções sobre a base da verdade".
Em uma missa celebrada hoje, o papa disse que acompanha à Venezuela "com profunda preocupação, com oração intensa e com a esperança de que o país encontrará formas justas e pacíficas para superar as sérias dificuldades que atravessa".
Neste aspecto, o papa Francisco assegurou que está seguindo "de perto os eventos que estão sucedendo" na Venezuela, principalmente após os protestos registrados no país pela reivindicação de uma possível recontagem completa dos votos das eleições do último dia 14 de abril.
Além disso, o papa mencionou "que os responsáveis políticos devem rejeitar firmemente qualquer tipo de violência, assim como estabelecer um diálogo baseado na verdade".
A Venezuela foi palco de protestos na última segunda-feira, um dia após a realização das eleições presidenciais, para exigir uma recontagem dos votos após a rejeição da vitória do presidente Nicolás Maduro por parte da oposição.
Maduro alcançou um apoio de 50,78% (7.575.704 votos), enquanto Capriles teria recebido 48,95% (7.302.648 votos), segundo um relatório emitido pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) sobre a base de 38.973 (98,97%) das 39.376 atas da votação.
Diante da situação, Capriles convocou panelaços e mobilizações pacíficas perante o CNE para exigir uma auditoria da votação, a qual foi aceita na última quinta-feira pelo poder eleitoral.
Durante as mobilizações, pelo menos 8 pessoas morreram e 61 ficaram feridas, das quais Maduro responsabilizou Capriles ao chamá-lo reiteradamente "assassino" e ao indicar que terá que responder pelos fatos perante a Justiça.