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Tribunal de Miami

Maduro e Farc são condenados a pagar indenização de US$ 153 milhões

Vladimir Padrino López, ministro da defesa da Venezuela
Vladimir Padrino López, ministro da defesa da Venezuela, um dos condenados (enquanto ausentes) por tribunal americano. Foto de fevereiro de 2022. (Foto: EFE/ Rayner Peña R.)

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Um juiz federal em Miami determinou uma indenização milionária a um venezuelano exilado nos Estados Unidos que processou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, outros membros civis e militares de altos cargos do país sul-americano, assim como as Farc e o Cartel dos Sóis, por sequestro e tortura.

O magistrado Federico A. Moreno decidiu que o advogado Carlos Marrón, que foi detido durante 878 dias e alega ter sido torturado durante o cativeiro na Venezuela, a sua esposa e os dois filhos menores de idade devem ser indenizados em US$ 153 milhões (R$ 786 milhões).

Para cumprir a decisão, o tribunal pode apreender bens dos acusados, que foram condenados pela falta de resposta às ordens do tribunal, de acordo com os documentos do caso aos quais a reportagem teve acesso.

Além de Maduro, das Farc e do Cartel dos Sóis, são alvos do processo o
ministro da Defesa, Vladimir Padrino López; o chefe do Tribunal Supremo, Maikel José Moreno Pérez; o ministro da Energia Elétrica, Néstor Luis Reverol; o procurador-geral; Tarek William Saab; e o ministro do Petróleo, Tareck El Aissami.

O processo foi aberto em 2022 por Marrón, também em nome da esposa e dois filhos menores de idade, com base na Lei Antiterrorismo dos EUA.

A indenização prevista por essa lei é triplicada neste caso por existir uma lei similar na Flórida, com outras quantias de compensação.

Para a esposa de Marrón foram destinados na decisão US$ 45 milhões (R$ 231 milhões), enquanto cada um dos filhos do casal receberiam US$ 15 milhões (R$ 77 milhões) como indenização pelo sofrimento em consequência da prisão do pai, a quem foram alocados US$ 78 milhões (R$ 400,6 milhões), de acordo com a sentença.

Marrón, que tinha se exilado nos EUA, decidiu retornar à Venezuela em 2018, quando soube que o seu pai tinha sido preso e encarcerado sob a acusação de tentativa de minar a ordem econômica do país com um site sobre informações sobre o mercado de divisas na Venezuela.

O seu caso foi mencionado em relatórios de entidades internacionais sobre violações dos direitos humanos.

Marrón invocou a lei que permite que os cidadãos americanos vítimas de organizações terroristas fora do país recorram aos tribunais dos EUA, alegando que o regime de Maduro e os oficiais militares que supostamente dirigem o Cartel dos Sóis têm laços com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), consideradas uma organização terrorista nos EUA.

Esta não é a primeira vez que membros da ditadura venezuelana são condenados com base na lei antiterrorismo dos EUA.

A família do opositor venezuelano Fernando Albán, que morreu em 2018 quando estava preso em Caracas, processou Maduro, outras autoridades e as Farc por "danos" em Miami.

Um tribunal ordenou em 2022 que as partes acusadas pagassem US$ 73 milhões (R$ 375 milhões) à família.

Albán foi detido em 5 de outubro de 2018, ao retornar dos Estados Unidos ao país sul-americano sob a acusação de envolvimento no ataque com drone durante um desfile militar de que Nicolás Maduro participou em 4 de agosto de 2018.

De acordo com a versão oficial, ele se suicidou três dias depois de entrar na prisão do Serviço Nacional de Inteligência Bolivariano (Sebin) em Caracas.

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