Representantes do governo venezuelano e da oposição viajaram nesta quarta-feira (13) para a República Dominicana para iniciarem um processo que pode levar a uma nova rodada de conversas entre os dois lados.
Ambos os grupos aceitaram o convite do presidente dominicano, Danilo Medina, para tentarem negociar um acordo que ponha fim à crise que atinge a Venezuela.
O diálogo em si, porém, ainda deve demorar para começar. No momento, governo e oposição se encontraram separadamente com Medina para estabelecerem as condições de negociação.
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"Conversando as pessoas se entendem, é isso que viemos dizer, vamos nos sentar e discutir para chegar a um acordo", afirmou Jorge Rodríguez, indicado pelo ditador Nicolás Maduro como represente do governo nas conversas. Segundo ele, governo e oposição estão "muito perto de resolverem alguns pontos essenciais."
A oposição, que está representada por um grupo de deputados e dirigentes, avisou, porém, que a ida para a República Dominicana não significa um início de diálogo.
Exigências
Para que as conversas de fato avancem, a coalizão opositora MUD (Mesa de Unidade Democrática), apresentou na terça (12) suas exigências.
Entre elas estão a realização de eleições presidenciais em 2018, a libertação de opositores presos, o respeito a autonomia do Parlamento (que tem maioria oposicionista) e uma ação imediata para resolver a crise econômica no país. Maduro não respondeu se aceita as condições.
"Para um diálogo, devem estar o Vaticano, a ONU, os governos democráticos com peso mundial, tudo com uma agenda clara e com garantias. Isso é possível? Maduro tem a resposta", disse nesta quarta (13) o líder opositor Henrique Capriles.
Caso o diálogo ocorra, não será a primeira vez que Maduro e opositores aceitam sentar à mesa.
O Vaticano mediou um processo de conversa entre chavismo e oposição no final de 2016. A oposição, porém, se retirou em janeiro deste ano, quando acusou Maduro de descumprir a promessa de soltar os presos políticos.