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Maduro está sob pressão internacional para prestar esclarecimentos da morte de oposicionista

Irmã do vereador Fernando Alban chora diante do caixão dele, durante funeral na Assembleia Nacional | JUAN BARRETO/AFP
Irmã do vereador Fernando Alban chora diante do caixão dele, durante funeral na Assembleia Nacional (Foto: JUAN BARRETO/AFP)

O governo brasileiro está pedindo ao regime venezuelano uma investigação independente da morte do vereador oposicionista, Fernando Albán, fazendo coro a outros países, União Europeia (UE) e Organização das Nações Unidas (ONU). Em nota, o Ministério das Relações Exteriores, ao expressar condolências à família de Albán, afirmou que as circunstâncias da morte “suscitam legítimas e fundadas dúvidas quanto a eventuais responsabilidades e exigem a mais rigorosa, independente e transparente investigação”. 

O vereador morreu nesta segunda-feira (9) nas instalações do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), conhecido pelos opositores como a polícia política de Maduro. Ele havia sido preso no sábado (6), acusado de participar em um suposto atentado contra o ditador, em agosto. Na versão do regime, Albán se suicidou ao se atirar da janela de um banheiro no 10° andar do prédio quando seria levado ao tribunal para uma audiência de custódia. Já a oposição alega que o Albán foi assassinado pela polícia.

Espanha cobra explicações

A Espanha tomou uma medida semelhante. O ministro dos Assuntos Exteriores, Josep Borrell, convocou o embaixador da Venezuela na Espanha, Mario Isea, para pedir explicações sobre a morte. Segundo o jornal venezuelano La Patilla, Borrell cobrou do regime venezuelano uma “investigação independente que estabeleça prontamente e verdadeiramente” as causas do falecimento de Albán.

O governo espanhol, sob o comando de Pedro Sánchez, vem adotando uma postura mais neutra e até pró-Maduro. Em sua primeira visita à região, no fim do mês passado, o socialista disse que vê "com profunda preocupação" a crise na Venezuela, mas que o governo espanhol não tem vocação de "interferência" nos assuntos da América Latina. Quando o regime venezuelano denunciou as explosões dos drones como um “magnicídio”, Madri condenou o suposto ataque, enquanto outros países, como o Brasil, pediram uma investigação independente, repudiando qualquer tentativa de manipular incidente.

União Europeia pede investigação independente

A União Europeia e a ONU também emitiram declarações separadas nesta terça-feira (9), pedindo ao regime de Maduro que seja realizada uma investigação completa e independente. O bloco exigiu uma “Investigação independente” sobre as circunstâncias da morte do opositor. “Esperamos uma investigação exaustiva e independente para clarear as circunstâncias da trágica morte do vereador”, afirmou Federica Mongherini, chefe da diplomacia europeia.

Segundo o comunicado,

Também esperamos que o governo venezuelano respeite os direitos humanos de todos os presos, assim como o devido processo legal e o estado de direito. A União Europeia reitera seu chamado ao governo venezuelano para libere a todos os presos políticos.

"Há muita especulação sobre o que aconteceu, se ele se suicidou, se foi jogado, se foi maltratado", disse nesta terça-feira Ravina Sahmadasani, porta-voz do escritório das Nações Unidas para Direitos Humanos. "É por isso que precisamos de uma investigação independente e transparente para esclarecer as circunstâncias de sua morte". 

A comunidade venezuelana de Miami, um dos principais redutos de exilados, reagiu com ira e indignação à morte de Alban. A Organização de Venezuelanos Perseguidos Políticos no Exterior (Veppex) encaminhou comunicado ao jornal “El Nuevo Herald”:

O ocorrido com o vereador é produto de torturas, tratos desumanos e degradantes aos quais são submetidos os perseguidos e prisioneiros políticos na Venezuela por parte das forças de segurança do regime, especificamente os membros da polícia política e a direção de contrainteligência militar.

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