O regime do ditador venezuelano Nicolás Maduro expulsou do país nesta segunda-feira (29) a embaixadora da União Europeia, Isabel Brilhante Pedrosa, horas após o bloco emitir sanções contra 11 parlamentares chavistas.
A diplomata terá 72 horas para deixar a Venezuela. "Vamos emprestar um avião para ela partir", disse Maduro.
"A Venezuela deve ser respeitada. Hoje, um grupo de oficiais da União Europeia se reuniu para analisar a situação da Venezuela, no maior estilo colonialista, intervencionista e supremacista", disse o ditador em discurso na televisão estatal repercutido pela imprensa venezuelana. "A União Europeia continua tendo a atitude arrogante de acreditar que é superior a nós e de determinar quem se comporta bem e quem se comporta mal", continuou.
Isabel Brilhante Pedrosa foi nomeada chefe da delegação da União Europeia na Venezuela em 2017, enquanto ocupava o cargo de cônsul-geral de Portugal em Caracas.
A União Europeia impôs sanções nesta segunda-feira contra 11 deputados da Assembleia Nacional que, sob ordens de Maduro, tentaram tomar o controle do parlamento em janeiro para retirar da presidência do órgão legislativo Juan Guaidó, que é reconhecido como presidente interino da Venezuela por dezenas de países.
Entre eles está o deputado Luis Parra, que foi eleito presidente da AN em uma sessão esvaziada e cheia de irregularidades.
"Os indivíduos adicionados à lista [de sanções] são responsáveis notadamente por agir contra a Assembleia Nacional, que funciona democraticamente, inclusive retirando a imunidade parlamentar de vários de seus membros, mesmo de seu presidente, Juan Guaidó. Ações que motivaram a decisão também incluem perseguições por motivos políticos e a criação de obstáculos para uma solução política e democrática para a crise na Venezuela, assim como graves violações a direitos humanos e restrições de liberdades fundamentais, como a liberdade de imprensa e de expressão", afirma comunicado do Conselho Europeu.
Com essa medida, 36 funcionários chavistas estão sob sanções da União Europeia que incluem proibição de viagens e congelamento de ativos.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”