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O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, fez um apelo aos funcionários públicos do país nesta segunda-feira (17) para que assumam uma “cultura” de trabalho e honestidade, o que gerou reações indignadas no Twitter.
A declaração foi feita por ocasião do aniversário de um mês de uma operação anticorrupção que teve saldo de 58 pessoas presas.
“Mulheres e homens em cargos públicos! Juremos carregar, limpas e no alto, as bandeiras da moralidade bolivariana. Devemos planejar com antecedência, pensar grande, assumir a cultura do trabalho e da honestidade como a única forma de garantir a felicidade social do povo”, escreveu o ditador venezuelano no Twitter.
Na última quinta-feira, Maduro afirmou que não haverá “cumplicidade” com funcionários públicos processados por supostas ligações com esquemas de corrupção envolvendo a empresa petrolífera estatal PDVSA e outras instituições estatais.
“Juro ao povo da Venezuela, aqui vai haver toda a verdade, toda a justiça e toda a punição para aqueles que roubaram o povo e nos apunhalaram pelas costas”, declarou ele em um ato público televisionado.
Maduro alegou que o chavismo enfrenta um desafio moral e ético devido à “traição” de funcionários cujo enriquecimento ilícito foi descoberto e ao surgimento de “máfias que roubaram a riqueza do povo”.
Vários usuários comentaram no post de Maduro, lembrando da corrupção endêmica dentro do chavismo. “Me diga quem fala de honestidade: o primeiro ladrão corrupto aqui é você e sua família. (...) Você não tem moral para falar de honestidade”, escreveu um usuário.
“O empregado público é honesto! O corrupto é aquele que chega indicado por você, que traz sua camarilha para transformar o lugar em um caos, revogando todo o estabelecido, favorecendo o roubo! É muito vergonhoso!”, comentou outro.
“Cinismo e cara de pau oficial! Diga-me o que você alardeia e eu lhe direi do que você sofre! Comunistas imorais!”, escreveu outro usuário.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, informou na quarta-feira da semana passada que o número de pessoas presas por suposto envolvimento nesses esquemas de corrupção havia aumentado para 58, mas não especificou o valor desviado por elas.