O ditador Nicolás Maduro fechou na tarde desta quinta-feira (21) a fronteira com o Brasil. O anúncio foi feito durante uma videoconferência com representantes de forças militares das oito regiões venezuelanas. O fechamento vem dois dias antes da data marcada por opositores para a entrada da ajuda humanitária enviada pelos EUA.
O ditador socialista realizou no início da tarde desta quinta uma videoconferência com a Equipe Nacional das Forças Armadas (FAN) e os Comandantes do REDI, para verificar a prontidão operacional de todas as unidades militares do país. A previsão é que a fronteira fosse interrompida às 20h, mas foi fechada por volta das 15h, disse à Folha de S.Paulo o governador de Roraima, Antonio Denarium (PSL). "Já fechou", informou o governador, que está em Brasília cumprindo agenda administrativa.
Denarium disse ainda não ter informações sobre eventual corte de energia no estado, já que ela é oriunda da Venezuela.
Em uma operação coordenada com os EUA, o governo Jair Bolsonaro vai permitir o uso de território brasileiro para que opositores de Maduro tentem levar ajuda humanitária à Venezuela no sábado (23). O governador de Roraima disse que a ideia é manter o apoio logístico para que os caminhões venezuelanos sejam abastecidos com alimentos e remédios.
Segundo Denarium, os caminhões serão abastecidos em Boa Vista e escoltados pela Polícia Rodoviária Federal até a fronteira. A operação, de acordo com o governador, acontecerá "nos próximos dias", mas sem divulgação para evitar saques ou outros tipos de dificuldades.
O governador afirmou que, mesmo que os caminhões não consigam atravessar para a Venezuela, os suprimentos serão distribuídos aos venezuelanos que estão do lado brasileiro da fronteira.
Maduro afirmou que também avalia o fechamento total da fronteira com a Colômbia. Há toneladas de suprimentos estocados na cidade colombiana de Cúcuta, na divisa. Maduro culpou o presidente colombiano, Iván Duque, por qualquer incidente de violência que possa ocorrer na fronteira venezuelana.