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América Latina

Maduro ganha poder para governar a Venezuela por decreto até o fim de 2015

Entre os parlamentares, há quem diga que Obama quer riquezas da Venezuela. | Jorge Silva/Reuters
Entre os parlamentares, há quem diga que Obama quer riquezas da Venezuela. (Foto: Jorge Silva/Reuters)
Manifestante usa pingente com fotografia de Hugo Chávez durante protesto. | JORGE SILVA/REUTERS

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Manifestante usa pingente com fotografia de Hugo Chávez durante protesto.

Maduro foi acusado de autocrata. | JORGE SILVA/REUTERS

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Maduro foi acusado de autocrata.

O Parlamento da Venezuela garantiu, neste domingo (15), poder para o presidente Nicolás Maduro governar por decreto até o fim de 2015, num gesto que o mandatário diz que servirá para defender o país da intervenção dos Estados Unidos, mas que a oposição condena como prova de autocracia.

Em barulhenta sessão na Assembleia Nacional, os parlamentares do Partido Socialista, que está no poder e tem maioria, aplaudiram a lei como resposta legítima a uma sanção dos Estados Unidos a sete autoridades venezuelanas e uma subsequente declaração de que a Venezuela seria uma “ameaça à segurança”.

“Eles [Estados Unidos] querem por suas mãos na riqueza da Venezuela, assim como fizeram com outros países”, disse a parlamentar Tani Diaz, apresentando a lei como uma legislação de caráter “anti-imperialista”.

Do lado de fora da assembleia, apoiadores do presidente Maduro, vestindo vermelho, gritavam e seguravam cartazes com os dizeres: “Yankees, vão para a casa!”. 

Em seus discursos, deputados da oposição, agitados, afirmaram que Maduro estaria cinicamente tirando proveito do impasse diplomático com Washington para acumular poderes, justificar a repressão e distrair os venezuelanos dos problemas econômicos vigentes, como escassez grave de produtos básicos.

“Corruptos: suas viagens à Disneylândia estão acabadas”, escreveu no Twitter o líder da oposição Henrique Capriles, em referência ao cancelamento dos vistos de sete autoridades venezuelanas que Washington acusa de corrupção e violação a direitos humanos.  “O povo venezuelano não é estúpido. Isso [medida do governo dos EUA] é contra vocês, não contra a Venezuela”, acrescentou.

A medida norte-americano desencadeou denúncias diárias de Maduro, uma série de passeatas “anti-imperialistas”, treinamentos cada vez mais frequentes do Exército e uma proliferação de grafites nas cidades condenando a interferência “gringa”. 

Além disso, ofuscou o incômodo de muitos venezuelanos, que sofrem com a maior inflação das Américas, longas filas por comida e medicamentos e escassez de muitos produtos básicos. 

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