O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou nesta quarta-feira (12) um suposto plano dos Estados Unidos para derrubá-lo, até mesmo assassiná-lo, e justificar uma intervenção estrangeira. O chavista disse que os governos de Brasil e Colômbia também estariam participando do complô.
"Chegou a nós uma boa informação. John Bolton (assessor de Segurança Nacional dos EUA), desesperado, designando missões para provocações militares na fronteira", disse Maduro. Segundo ele, essas instruções foram transmitidas ao presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, capitão da reserva do Exército.
Bolton e Bolsonaro se reuniram no dia 29, no Rio de Janeiro, no primeiro encontro de alto nível entre o governo de Donald Trump e o presidente eleito. "As forças do Brasil querem paz. Ninguém no Brasil quer que o futuro governo de Jair Bolsonaro se meta em uma aventura militar contra o povo da Venezuela", disse Maduro em uma entrevista para jornalistas estrangeiros.
Em novembro, em um discurso em Miami, Bolton descreveu a Venezuela – ao lado de Cuba e Nicarágua – como "troica da tirania" e prometeu que o governo americano empreenderia "ações diretas contra esses três regimes" para defender a liberdade na América Latina.
Maduro disse que Bolton foi designado para "levar a violência à Venezuela, buscar uma intervenção militar estrangeira, um golpe de Estado, assassinar o presidente e impor o que chamam de um conselho de governo transitório". O regime socialista venezuelano repetidamente acusa Washington de orquestrar um complô para derrubá-lo.
Bolton, segundo Maduro, estaria mantendo contato com setores da "ultradireita" da Venezuela e converteu a Colômbia em uma base de operações dos supostos planos desestabilizadores. "O governo da Colômbia, de Iván Duque, é cúmplice do plano de Bolton para trazer a violência a nosso país", disse Maduro.
O líder venezuelano afirmou que, como parte do plano para agredir a Venezuela, pelo menos 734 mercenários colombianos e venezuelanos estariam treinando na Colômbia para preparar a simulação de uma agressão de militares venezuelanos na fronteira.
Apesar do aumento das tensões, Maduro manifestou sua disposição de se reunir com Trump. "Se ele decidir mudar sua política e iniciar um diálogo com a Venezuela, estou à disposição, onde ele quiser, quando ele quiser e como ele quiser, para apertar sua mão e dialogar sobre as questões que temos de negociar", afirmou.
Em nota, o governo colombiano rejeitou na quarta-feira as declarações de Maduro. "A Colômbia respeita o direito internacional e os costumes e princípios que regem as relações internacionais", afirmou o texto da chancelaria. "Exigimos que Maduro respeite o presidente (Iván) Duque".
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e de agências internacionais.