A ditadura de Nicolás Maduro está limitando a quantidade de testes de detecção do novo coronavírus para controlar o número de casos de Covid-19 na Venezuela. Uma reportagem da Bloomberg, publicada nesta semana, revelou que o regime chavista restringiu a testagem a apenas dois laboratórios do Estado, na região de Caracas, negando autorização para que laboratórios particulares e de universidades conduzam testes.
A Venezuela, cujo sistema de saúde já estava falido antes mesmo da pandemia, reporta cifras baixíssimas da doença em comparação com os países vizinhos. De março até agora o país registrou apenas 13.613 casos e 129 mortes. Nas últimas semanas houve um aumento no número de casos diários, impulsionados, segundo o regime, pelo regresso de venezuelanos que estavam no Brasil e na Colômbia à terra natal.
A ditadura se comprometeu a descentralizar a testagem em um acordo fechado com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), mas passado um mês não há nenhum indicativo de que Maduro cumprirá a promessa.
Um terceiro laboratório estatal está sendo montado para essa finalidade, mas nas proximidades de Caracas. Zulia, o estado mais devastado pela pandemia, não possui um centro de testagem. Isso causa um grande atraso no processamento dos exames. Há relatos de pessoas que esperam de duas a quatro semanas para saber se estão ou não com Covid-19. Algumas pessoas morrem sem saber e ficam de fora das estatísticas.
Não se sabe quantos testes são processados diariamente na Venezuela, apenas que o maior dos laboratórios tem capacidade para analisar 2 mil por dia. Segundo a reportagem, universidades e laboratórios particulares temem que seus equipamentos sejam confiscados ou que sejam processados caso adquiram kits de testes para a Covid-19, como aconteceu na Venezuela durante a pandemia de H1N1 em 2009.
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