O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, ironizou o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que na segunda-feira (22) havia dito que ficou “assustado” com a declaração do mandatário venezuelano de que haverá um “banho de sangue” e uma “guerra civil fratricida” se ele perder a eleição presidencial de domingo (28).
“Eu não contei mentiras. Só fiz uma reflexão. Quem se assustou, que tome um chá de camomila”, disse Maduro, sem mencionar o nome de Lula, num comício nesta terça-feira (23) em Caracas.
Desta vez, ele falou em paz, mas a condicionou novamente à vitória do chavismo. “Na Venezuela, a paz, o poder popular e a perfeita união cívico-militar-policial triunfarão. Vocês querem paz? Aqui está Nicolás”, afirmou o ditador, segundo informações do jornal argentino La Nacion.
“Haverá paz antes, durante e depois do 28 de julho. Paz perpétua, e no dia 28 de julho abriremos as comportas à consolidação da recuperação econômica”, disse Maduro.
Maduro falou pela primeira vez em guerra civil, caso seja derrotado pelo oposicionista Edmundo González, num comício em Caracas na semana passada. Ontem, repetiu a ameaça em ato de campanha no estado de Trujillo.
A declaração de Lula sobre ficar “assustado” com a fala de Maduro sobre um “banho de sangue” foi dada numa entrevista a agências de notícias na segunda-feira no Palácio do Planalto.
“Quem perde as eleições toma um banho de voto. O Maduro tem que aprender, quando você ganha, você fica; quando você perde, você vai embora”, disse o presidente.