O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse ontem, sábado (15), que não renunciará e que "não entregará um só milímetro do poder que recebeu do povo do país". Em meio a fortes protestos que enfrenta, ele participou de marcha em Caracas. Durante a marcha, ele disse que aprofundará a "revolução bolivariana muito além dos limites". A marcha havia sido convocada pelo governo na última sexta-feira (14), em apoio a um "plano de pacificação" lançado para combater a criminalidade no país. A ideia da marcha, de acordo com o presidente, era de "reunir a população em prol da paz e contra o fascismo".
Em seu discurso, direcionado a uma multidão de simpatizantes e partidários do chavismo, Maduro afirmou que, em caso hipotético de que seja "derrubado do poder", a oposição do país enfrentaria "grandes problemas".
E acrescentou: "Se um golpe ocorresse, a revolução pacífica e democrática vivida atualmente poderia mudar seu caráter, talvez para um caráter armado e profundamente revolucionário". Ele voltou a acusar a oposição de planos de um golpe de Estado e estendeu as acusações ao ex-presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, conhecido por suas posições de direita.
"Tenho provas de que Uribe preparou este grupo de Leopoldo López, o financiou, o assessorou e o dirigiu para atentar contra a Venezuela e o povo", acusou Maduro. E ameaçou: "Te derrotaremos sempre".
Leopoldo López é um integrante da oposição do país, acusado pelo governo de ter sido o mentor dos atos violentos ocorridos nos protestos da ultima quarta-feira (12). A Justiça decretou uma ordem de prisão para detê-lo, mas ele está foragido.
O ex-presidente Álvaro Uribe, agora candidato ao senado na Colômbia, não respondeu às acusações de maneira direta, mas disse em sua conta no Twitter e em entrevistas a emissoras de tevê colombianas que "apoia a democracia na Venezuela" e disse expressar "solidariedade ao povo venezuelano".
Maduro também falou a veículos de comunicação estrangeiros. "Mandei uma mensagem muito clara para esse canal de notícias [o colombiano NTN24], onde, por trás, está a mão de um fascista inimigo da Venezuela, Alvaro Uribe."
O presidente confirmou em seu discurso que a decisão de retirar o canal NTN24 foi tomada por seu governo. Segundo ele, a cobertura "buscava gerar apenas medo, perturbação e ódio, para promover um golpe de Estado".
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