Em meio à pressão internacional devido à fraude na eleição presidencial de 28 de julho, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, promoveu nesta terça-feira (27) mudanças no seu gabinete.
A mudança mais importante foi a nomeação de um procurado pela Justiça dos Estados Unidos, o primeiro vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (Psuv) e deputado nacional Diosdado Cabello, para o Ministério das Relações Interiores, Justiça e Paz e também como vice-presidente de governo.
Cabello, que já foi ministro do Interior e da Justiça na ditadura do antecessor de Maduro, Hugo Chávez (1999-2013), foi declarado procurado em março de 2020 pelo governo dos Estados Unidos, que o acusou de envolvimento numa conspiração narcoterrorista entre o Cartel de los Soles, da Venezuela, e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Ele foi indiciado à época numa corte federal em Nova York por conspiração para cometer narcoterrorismo, conspiração para enviar cocaína para os Estados Unidos e acusações relacionadas envolvendo armas de fogo.
O Departamento de Estado americano ofereceu uma recompensa de até US$ 10 milhões por informações que levem à prisão e/ou condenação de Cabello. Antes, o número 2 do chavismo havia sido alvo de sanções dos Estados Unidos.
“Diosdado traz sorte, ele sabe muito sobre paz, sabe muito sobre justiça”, declarou Maduro, que alegou que Cabello será capaz de “consolidar a paz” diante de “tanta conspiração”.
Após o anúncio, Cabello tomou a palavra e garantiu que trabalhará para garantir que a Venezuela “siga o caminho da paz com justiça” e que “aqueles que agiram contra a lei” sejam processados – uma senha para a perseguição a opositores ao chavismo, cuja prisão ele costuma pedir no seu programa de TV, Con el Mazo Dando, transmitido pela emissora VTV. (Com Agência EFE)
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