Maduro anunciou rompimento de relações diplomáticas com a Colômbia.| Foto: Yuri Cortez/AFP

Enquanto manifestantes e militares entraram em confronto na fronteira entre a Venezuela e Colômbia, o ditador Nicolás Maduro fez discurso diante de uma multidão em Caracas em que prometeu defender o país de intervenções estrangeiras. Durante a mensagem, ele anunciou que todas as representações diplomáticas colombianas devem sair da Venezuela em 24 horas. O país vizinho, no entanto, já nem reconhece Maduro como presidente do país, endossando Juan Guaidó, o interino que tem apoio da maioria dos países latino-americanos e europeus.

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O ditador afirmou que nunca antes um presidente colombiano havia ido tão longe contra um presidente venezuelano. Sobre o mandatário colombiano, Iván Duque, disse: “Parece que ele tem cachinhos, mas eu diria ‘você é o diabo’. E você vai se arrepender de se meter com a Venezuela”.

Maduro também fez referências ao Brasil. “É o que digo a esse país, por exemplo. Mandei uma mensagem. Estamos dispostos, como sempre estivemos, a comprar todo arroz, todo o leite em pó, toda a carne. Mas pagando. São somos maus pagadores. Nem mendigos. Somos gente honrada que trabalha”, disse, em relação à ajuda humanitária enviada pelo Brasil à fronteira do país. “Trazer caminhões com leite em pó? Compro agora e pago agora. Querem trazer carne? Que venham para os mercados populares”, completou. Apesar das afirmações de Maduro, a Venezuela, que enfrenta hiperinflação, é responsável por um calote de US$ 335 milhões a credores brasileiros em 2017 e 2018, valor que o governo brasileiro teve de cobrir.

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Discursando tendo ao fundo um cartaz dizendo “hands off Venezuela” (”tirem as mãos da Venezuela”), ele também não deixou críticas aos Estados Unidos de lado, com uma mensagem ao presidente do país. “Escute bem, Donald Trump: jamais vou trair ao juramento que fiz ao comandante Chávez de defender a pátria.” Maduro ainda afirmou que “minha vida é consagrada totalmente à defesa da pátria, em qualquer circunstância. Nunca me dobrarei, sempre defenderei a minha pátria com a minha vida, se necessário for”, afirmou o ditador. “É uma ordem que dou ao povo, aos militares patriotas, a todas as forças armadas bolivarianas. Se vocês amanhecerem um dia com a notícia de que fizeram algo com Nicolás Maduro, saiam as ruas”, acrescentou.

O jornal venezuelano El Nacional informou que Maduro teria ordenado o fechamento do espaço aéreo venezuelano a voos comerciais, e que apenas aviões do governo teriam permissão para voar.