O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu nesta terça-feira (8) à Assembleia Nacional para aprovar uma lei que lhe daria luz verde para governar por decreto, a fim de combater a corrupção que aflige o país e o que o presidente chama de "guerra econômica".
Maduro, que assumiu o cargo em meados de abril depois da morte do socialista Hugo Chávez, herdou um país dividido, com alto índice de criminalidade e uma economia debilitada, e recentemente teve que lidar com milionários escândalos de corrupção que atingiram o governo.
"Eu vim para pedir mais poderes para aprofundar, acelerar, batalhar por uma nova ética política, uma nova vida republicana e uma nova sociedade", disse o presidente na Assembleia, dominada pelos governistas.
Embora a oposição afirme que o herdeiro da gestão Chávez aprofundou os problemas dos venezuelanos, Maduro insiste que é vítima de uma série de conspirações contra seu governo e que necessita da lei habilitante para enfrentá-las.
O pedido de Maduro será discutido na próxima semana. Para ser aprovado, precisa do voto de pelo menos três quintos dos 165 deputados.
Durante os 14 anos em que comandou a Venezuela, Chávez governou sob o amparo de quatro leis habilitantes transitórias: por seis meses em 1999, por um ano em 2000, por 18 meses em 2007 e novamente em 2011.
Nesses períodos, o líder socialista aprovou cerca de 200 decretos com valor e força de lei sem estar sujeito ao controle da Assembleia Nacional, gerando reclamações da oposição, que o acusou de ser "autocrata".
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