O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu nesta terça-feira (8), um "diálogo regional" que inclua países da América Latina que acusam seu governo de uma ruptura democrática e não reconhecem a instalação da Assembleia Constituinte.
Maduro fez a sugestão em Caracas, durante uma reunião de ministros das Relações Exteriores da Aliança Bolivariana dos Povos da América (Alba), grupo de governos aliados do regime venezuelano que inclui Bolívia, Nicarágua e Equador, segundo o jornal El Universal.
Também nesta terça, 12 países da região, entre eles o Brasil, se reuniram em Lima, no Peru, e decidiram adotar um conjunto de medidas para explicitar sua condenação aos atos recentes do governo de Maduro.
Os chanceleres de Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru afirmaram não reconhecer a Assembleia Constituinte e reafirmaram seu apoio à Assembleia Nacional, controlada pelos oposicionistas. A Assembleia Constituinte venezuelana, por sua vez, aprovou um decreto no qual se declara superior a todas as outras formas de poder no país.
Cerco internacional
A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que o secretário-geral Antonio Guterres está convencido de que a crise na Venezuela não pode ser resolvida "por meio da imposição de medidas unilaterais" e novamente pediu que o governo de Nicolás Maduro e a oposição reiniciem as negociações.
O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, disse nesta terça-feira que Guterres "está preocupado com o fato de os desenvolvimentos recentes poderem levar a uma maior escalada de tensões, distanciando o país de um caminho que conduza a uma solução pacífica para os seus desafios".
Dujarric comentou que, "neste momento crítico", Guterres está pedindo por negociações "para o benefício do povo venezuelano". Ele afirmou que o secretário-geral está apoiando os esforços internacionais e regionais, que buscam reviver as negociações entre as duas partes.
Crise
A Venezuela vive uma crise política e econômica que teve início em 2014, mas foi intensificada em abril deste ano. Mais de 160 pessoas já morreram em conflitos envolvendo forças de segurança e manifestantes pró e contra Maduro.
As informações são da agência Associated Press.