Maduro e Ban Ki-moon durante ato formal na reunião desta terça-feira, na sede das Nações Unidas| Foto: HANDOUT/REUTERS

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou nesta terça-feira (28) ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, as “provocações” do presidente da Guiana, David Granger, e pediu que inicie o mais rápido possível uma comissão para intermediar o conflito bilateral pelo Essequibo.

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Em declarações aos jornalistas na sede da ONU em Nova York, Maduro afirmou que Ban Ki-moon aceitou sua proposta e se comprometeu a “ativar uma comissão imediatamente” para que visite Venezuela e Guiana a fim de impulsionar uma resolução “através do Acordo de Genebra”.

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O presidente venezuelano, que considerou a reunião “muito frutífera”, disse que insistiu com o secretario sobre “a necessidade de uma diplomacia de paz” e de “continuar canalizando todos os assuntos pendentes da Guaiana Essequiba” através do acordo selado em 1966.

O Acordo de Genebra estabelece uma série de passos para a resolução do conflito territorial que até hoje não foram cumpridos.

Venezuela e Guiana reivindicam a posse do Essequibo, um território de 160 mil quilômetros quadrados rico em recursos naturais, assim como suas águas.

As diferenças se intensificaram depois que, em maio, a companhia petrolífera americana Exxon Mobil descobriu uma jazida em águas que supostamente estão na região do litígio, o que Maduro respondeu com um decreto que, segundo Guiana, modifica as fronteiras já estabelecidas com um laudo arbitral.

Segundo Maduro, o chefe da ONU propôs hoje uma possível reunião com o presidente Granger em setembro, quando sera celebrado o aniversário de 70 anos das Nações Unidas.

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Maduro lembrou que na última Cúpula do Mercosul foi acordado propor uma reunião de presidentes da Unasul, da qual fazem parte tanto Venezuela como a Guiana, para tratar o conflito. No entanto, disse que foi informado “extraoficialmente que o presidente Granger se nega a comparecer” a essa possível reunião.

O presidente venezuelano acusou Granger tomar “decisões graves” contra o previsto no acordo de 1966 e de “encher de tensão as relações entre Guiana e Venezuela e as relações do Caribe, que vêm transcorrendo em paz e tranquilidade”.

Segundo Maduro, a Exxon Mobil é o “fator perturbador principal que levou as relações a esta máxima tensão”.