Um dia após a saída forçada do ex-candidato presidencial Edmundo González Urrutia da Venezuela ser confirmada, o ditador Nicolás Maduro propôs a criação de leis duras contra o que ele chama de fascismo no país, se referindo aos opositores políticos.
"A Venezuela precisa fazer leis antifascistas severas, duras, porque aqui não pode proliferar o ódio, a violência, a divisão, a perseguição às pessoas por suas ideias, por sua forma de pensar e de ser", afirmou o líder do regime chavista, que está sendo questionado pela comunidade internacional sobre a vitória oficializada nas eleições presidenciais para um terceiro mandato, apesar da falta de provas e denúncias de fraude.
Desde os resultados aclamados pelos aliados da ditadura, a Venezuela enfrenta uma onda de violência, com manifestações pós-eleitorais que deixaram 27 mortos, cerca de 200 feridos e 2.400 detidos.
Maduro e outras lideranças chavistas culpam a opositora María Corina Machado e Edmundo González por incitarem os protestos, no entanto o próprio regime aproveitou o momento de instabilidade para intensificar a perseguição política no país.
Na semana passada, o ditador afirmou que as forças de segurança continuam com as capturas de “criminosos” ligados à principal coligação da oposição, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), que acusa constantemente de ser “fascista”.
Na ocasião, Maduro disse ainda que “felizmente” a Venezuela tem “agências de inteligência e de segurança", além de amigos extraordinários que “informam tudo” ao chavismo.
No mês passado, o Parlamento venezuelano, controlado pelo partido socialista de Maduro, aprovou a "Lei de Fiscalização, Regularização, Atuação e Financiamento das Organizações Não Governamentais e Organizações Sociais Sem Fins Lucrativos", um dos pontos apoiados pelo ditador para limitar ainda mais a liberdade no país sul-americano.
Outro pacote que está sendo discutido no Legislativo é o da "Lei contra o fascismo, neofascismo e expressões similares", que inclui, entre outras questões, tornar ilegal o funcionamento de partidos e aplicar multas de até 100 mil dólares (cerca de R$ 560 mil) para empresas, organizações ou meios de comunicação que financiem atividades ou divulguem informações que "incitem ao fascismo".
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