O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, reivindicou nesta quinta-feira (10) em Argel, capital da Argélia, a visão que seu país compartilha com seu aliado argelino para a construção de um "mundo multipolar", a fim de se afastar da influência internacional dos Estados Unidos.
"Discutimos extensivamente todas as questões da geopolítica mundial e as relações entre nossos dois países e posso dizer que são duas histórias de luta heróica. Temos uma visão comum para um novo mundo de paz e cooperação", disse Maduro ao presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune.
Maduro anunciou a criação de uma "comissão mista" para elaborar um "mapa econômico, energético, comercial e cultural", a fim de relançar as relações em um "nível superior".
Por sua vez, Tebboune explicou que abordou com Maduro a cooperação bilateral e formas de fortalecer a cooperação econômica. Também anunciou a abertura "de uma companhia aérea para unir as duas capitais, dentro de dois meses".
Segunda parada
O ditador chegou na quarta-feira (8) à noite a Argel, procedente da Turquia, para uma "visita de trabalho e amizade" de dois dias, como parte de sua viagem internacional, e destacou como seu país conseguiu "recuperar a estabilidade" e "crescimento sustentável" através da construção de uma economia "produtiva com novas riquezas".
"A Venezuela passou por anos muito difíceis em 2017, 2018, 2019 e 2020, vítima da agressão imperial contra nossa sociedade, nosso Estado e nosso povo. Foi uma brutal guerra econômica contra a indústria petrolífera, contra a moeda, e setor petrolífero e econômico", afirmou, durante entrevista coletiva conjunta com Tebboune, no palácio presidencial em Argel.
Maduro disse que seu país viveu quatro anos difíceis em referência às sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos.
A Venezuela se viu obrigada a adotar "uma economia de guerra de resistência e avançar passo a passo para um processo de recuperação da economia real e de diversificação económica", defendeu.
Geopolítica comum
Maduro e Tebboune também abordaram a questão da Palestina, a situação na vizinha Líbia e a necessidade de eleições, além da questão do Saara Ocidental, envolvendo Espanha e Argélia.
Maduro expressou "a admiração do seu país pela posição firme da Argélia na defesa dos direitos do povo saharaui" e disse que o mundo inteiro deve reagir para proteger os direitos históricos.
Além disso, optou por aumentar as ações entre os dois Ministérios das Relações Exteriores" para "denunciar os crimes cometidos contra crianças, mulheres e homens na Palestina".
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