Presidente Nicolás Maduro após discurso em Miraflores| Foto: Santi Donaire/Efe

Mídia

Presidente desistiu de expulsar CNN do país, afirma emissora

A rede de TV americana CNN informou que o governo da Venezuela voltou atrás na revogação dos vistos de trabalho aos jornalistas que estavam no país para cobrir os protestos contra e a favor do governo. Ainda assim, o presidente Nicolás Maduro teria pedido mudança na abordagem da emissora.

A correspondente da rede em Caracas, Osmary Henández, informou, na sua conta do Twitter, que o governo havia autorizado novamente o trabalho de todos os sete jornalistas que haviam sido expulsos do país. Na quinta-feira, o governo de Maduro havia comunicado que os profissionais deveriam deixar a Venezuela e acusou a rede de incitar uma guerra civil no país.

O governo teria voltado atrás na sexta-feira à noite, segundo Hernández, após uma entrevista coletiva de Maduro a jornalistas estrangeiros. O presidente afirmou, nessa entrevista, que gostaria de dialogar com o presidente americano Barack Obama sobre a situação da Venezuela.

A CNN noticiou ainda que Maduro pediu à rede que retificasse sua abordagem jornalística. "Eu sei que eles querem ficar na Venezuela. Façam isso, cubram a Venezuela. Mas de uma maneira balanceada, baseada no respeito às leis venezuelanas. Quem não respeita as leis não terá sinal na Venezuela", disse Maduro, segundo a emissora.

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539 prisões foram efetuadas pelas forças de segurança da Venezuela, 401 delas sem acusação formal. O levantamento foi divulgado ontem pelo Foro Penal Venezuelano, ONG de direitos humanos que presta assistência aos manifestantes.

Em San Cristóbal, manifestação reuniu milhares ontem

Em discurso a centenas de seus apoiadores em frente ao Palácio de Miraflores, o presidente venezuelano Nicolás Maduro acusou os manifestantes que protestam há quase três semanas no país de terem causado a 11ª vítima dos protestos, um jovem de San Cristóbal.

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"Não queriam deixar que ele passasse por uma dessas barricadas. Ele fez de tudo para passar e quando passou veio alguém e o apunhalou", disse Maduro. Segundo ele, o autor teria sido um "senhor humilhado" pelos manifestantes, o que em sua contabilidade resultava em duas vítimas dos opositores.

No Twitter, porém, o prefeito da cidade, Daniel Ceballos, opositor de Maduro, disse que a morte foi resultado de um assalto. "Foi vítima da insegurança, o apunhalaram para roubá-lo", escreveu, em sua conta no Twitter. Maduro afirmou que familiares seus e de seus aliados foram alvos de agressões nos últimos dias, mas não deu detalhes.

Até agora, há dez mortos confirmados nos protestos. Em alguns casos, as mortes vieram de brigas de rua entre grupos radicais e forças de segurança. San Cristóbal, onde teria morrido esse jovem, foi o cenário de alguns dos primeiros protestos. Também há 150 feridos e dezenas de presos. Tanto o governo quanto a oposição têm solicitado que as manifestações ocorram sem violência.

Ontem, Caracas amanheceu tranquila. No sábado, milhares de opositores realizaram protestos contra o governo na cidade, enquanto simpatizantes realizaram passeata até o Palácio de Miraflores.

Milhares de aposentados protagonizaram ontem uma manifestação de apoio ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Eles saíram às ruas do centro de Caracas em um "chamado para a paz", segundo declarou o ministro venezuelano da Educação, Héctor Rodríguez, que acompanhou o ato.

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