O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou neste domingo (20), em um discurso televisionado, que deve convocar uma reunião mundial para rechaçar as ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e apoiar a Assembleia Nacional Constituinte recentemente eleita no país.
Ao anunciar seu plano, Maduro criticou a imprensa, que, segundo o presidente, age contra a soberania e o direito de autodeterminação da Venezuela.
Leia mais: Apoiadores de Maduro fazem manifestação contra discurso de Trump
Recentemente, o presidente americano disse em uma coletiva de imprensa que não descartava ação militar na Venezuela, na esteira da eleição da assembleia constituinte no país vizinho e das medidas enérgicas de Maduro contra a oposição.
Peruanos
O Peru assegurou nesta segunda-feira (21) que prepara um plano que contempla uma eventual retirada para milhares de peruanos que vivem na Venezuela no caso de agravamento da situação social no país governado pelo presidente Nicolás Maduro.
Leia mais: ONU denuncia torturas e uso de força excessiva na Venezuela
O chanceler peruano Ricardo Luna afirmou, diante de uma comissão do Parlamento peruano, que o projeto, ainda em etapa de implementação, se coordena com o Ministério de Defesa local e contempla saídas por vias aéreas, marítimas e terrestres "caso seja necessário". Ele disse, ainda, que a ação se coordena com outros países da região, que não foram mencionados.
Luna indicou que o Peru tem dois consulados gerais que atendem cerca de 100 mil peruanos em Caracas e em Puerto Ordaz.
Peru e Venezuela estão em um baixo nível de relações diplomáticas, depois que o governo peruano expulsou, há dez dias, o embaixador venezuelano em Lima, enquanto o governo de Nicolás Maduro ordenou a expulsão do encarregado peruano de negócios em Caracas, Carlos Rossi. Em março, o Peru retirou seu embaixador de Caracas, Mário López, logo depois que o Tribunal Suprema venezuelano retirou as funções do Congresso, que é controlado pela oposição.
O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, qualificou Maduro de "ditador", enquanto o mandatário venezuelano comentou que Kuczynski é o "presidente estadunidense do Peru" e "inimigo da Pátria de Bolívar".
Crise
A Venezuela vive uma crise política e econômica desde 2014, mas que se intensificou em abril deste ano. Desde então, mais de 160 pessoas já morreram em protestos envolvendo forças de segurança, apoiadores e opositores de Maduro, segundo estimativa do Observatório Venezuelano de Conflitos Sociais.
As informações são da Associated Press.