A mãe do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, se reuniu nesta segunda-feira com o chanceler do Equador, Ricardo Patiño, em Quito para conversar sobre a situação de seu filho, que pediu asilo político ao governo de Rafael Correa e está abrigado na embaixada do país em Londres desde junho passado.
"Respeitaremos a decisão do Equador. O país pode negar asilo a Julian (Assange), mas este é um governo líder na defesa dos direitos humanos, não acredita na pena de morte e protege aqueles que pediram asilo político", disse Christine Assange à emissora de TV RTS.
Ela contou que seu filho sofre de "estresse psicológico extremo" e que se sente como "um pássaro em uma gaiola , apesar de estar sendo muito bem tratado na embaixada do Equador em Londres". O encontro com Patiño aconteceu sob forte esquema de segurança. Ao falar com jornalistas, Christine chegou a chorar e precisou interromper a entrevista coletiva por alguns minutos.
Durante a conversa com Patiño, Christine disse temer que os EUA queiram condenar seu filho à morte por espionagem. O chanceler reafirmou que Quito só vai se pronunciar oficialmente sobre o pedido de asilo quando acabar as Olimpíadas em Londres.
Assange pediu asilo político na embaixada equatoriana no último dia 19 de junho e aguarda na representação diplomática a resposta de Rafael Correa. O presidente equatoriano já disse que sua decisão será "soberana" e com base em "princípios humanistas".
Assange tenta burlar um pedido de extradição da Suécia, que o investiga por denúncias de agressão sexual, apesar de o australiano nunca ter sido formalmente acusado no país. Segundo o fundador do WikiLeaks, este seria o primeiro passo para extraditá-lo para os EUA, onde é investigado pela divulgação de documentos secretos.
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