A mãe de um soldado americano morto no Iraque levou o movimento contrário à guerra ao quintal do presidente George W. Bush e se tornou um símbolo para os setores que querem que as tropas americanas sejam retiradas do Iraque.
Cindy Sheehan, cujo filho Casey, de 24 anos, foi morto no Iraque em abril de 2004, montou acampamento ao lado de uma estrada que leva ao rancho do presidente e se nega a deixar o local enquanto Bush não conversar com ela.
Sheehan atraiu a atenção nacional e ganhou seguidores fiéis que se reúnem na pequena cidade texana de Crawford, que tem apenas 705 habitantes.
Os carros formam filas perto do acampamento dela, numa estrada pequena de duas mãos que passa entre terras agrícolas, vindos de Estados como Kansas, Colorado e Flórida. Em suas janelas, trazem mensagens como "vamos a Crawford para apoiar Cindy".
O presidente, que recebeu Sheehan uma vez pouco após a morte de seu filho, disse que lamenta cada soldado morto, mas que não vai retirar as tropas do Iraque prematuramente. As pesquisas de opinião indicam a queda da aprovação pública da maneira como o presidente está lidando com a guerra, na qual já morreram mais de 1.800 soldados americanos.
- Fiquei furiosa quando os 14 fuzileiros navais morreram e quando George Bush voltou a dizer que eles morreram por uma causa nobre e que precisamos completar a missão para honrar o sacrifício feito pelos heróis caídos - disse Sheehan. - Se a causa é tão nobre, por que as filhas dele não estão lá? - perguntou.
Sheehan usa camiseta branca com uma foto de seu filho. Em seu tornozelo esquerdo tem uma tatuagem dizendo "Casey '79-'04", referência ao nascimento e à morte do soldado.
Os visitantes se ajoelham diante dela, seguram sua mão ou a abraçam e dizem que a apóiam.
As pessoas reunidas no local incluem pais cujos filhos estão combatendo no Iraque, pais cujos filhos morreram nesse país, ex-soldados que combateram no Iraque e religiosos.
Sherry Bohlen, de Scottsdale, Arizona, foi a Crawford depois de ver Cindy Sheehan na televisão. Ela chora quando fala sobre seu filho, Thor Bohlen, de 36 anos, que está no Iraque há um mês.
Hart Viges, de 29 anos, entrou para o Exército por causa dos ataques de 11 de setembro, mas hoje diz:
- Fomos usados. Acho que o governo traiu as forças armadas dos Estados Unidos. Ele as enviou numa missão que visava outra coisa que não acabar com armas de destruição em massa.
Ele voltou do Iraque no ano passado e deixou o Exército.
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