Jornalista americano James Foley foi decapitado nesta terça-feira pelo Estado Islâmico (EI)| Foto: EFE/Nicole Tung

Diane Foley, mãe do jornalista americano James Foley – que foi assassinado na terça-feira (20) pelo Estado Islâmico (EI) –, pediu que os outros profissionais mantidos reféns pelo grupo sejam poupados. "Imploramos aos sequestradores que poupem a vida dos outros reféns. Assim como Jim, eles são inocentes. Eles não têm poder sobre as políticas do governo americano no Iraque, na Síria e em outros lugares do mundo", destacou.

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O pedido de Diane foi feito depois de ela dizer que está orgulhosa do seu filho. "Ele deu sua vida tentando mostrar ao mundo o sofrimento do povo sírio", escreve Diane Foley, na página do Facebook dedicada à libertação de seu filho, sequestrado na Síria em novembro de 2012.

"Agradecemos a Jim por toda a alegria que ele nos deu. Ele era um filho, um irmão, um jornalista e uma pessoa extraordinária".

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As mensagens de condolências e as reações horrorizadas se multiplicaram após a divulgação de um vídeo do grupo de extremistas jihadistas, onde é possível ver um homem mascarado e vestido de preto decapitando um homem apresentado como James Foley.

Neste vídeo, ainda não autenticado, outro jornalista feito refém, apresentando como o americano Steven Sotloff, é ameaçado de execução se os Estados Unidos não pararem seus bombardeios contra as posições do EI no Iraque.No Twitter, muitos jornalistas pediram aos internautas que não assistissem o vídeo traumatizante da execução de James Foley, mas sim compartilhassem imagens do repórter em campo, em ação com sua câmera.

"Estamos tentando identificar e suspender as contas que encontramos em conexão com este vídeo tão cruel", respondeu no Twitter Dick Costolo, CEO da rede social. Paixão encontrada Milhares de mensagens tristes foram postadas na página do Facebook em apoio ao jornalista sequestrado "Free James Foley."A Casa Branca disse que está trabalhando para autenticar o vídeo do EI: "Se for autêntico, estamos horrorizados com o brutal assassinato de um jornalista americano inocente", declarou Caitlin Hayden, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional americano.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, interrompeu por sua vez suas férias para presidir uma série de reuniões de emergência, enquanto as autoridades francesas denunciaram um "assassinato vil".James Foley, que aos 40 anos era um repórter experiente, cobriu o conflito na Líbia, antes de viajar para a Síria, onde trabalhou na revolta contra o regime de Bashar al-Assad para o site de informações americano GlobalPost, para a Agence France-Presse (AFP) e outros meios de comunicação.

O jornalismo era para ele uma segunda carreira, uma vez que se inscreveu na Escola de Jornalismo da Northwestern University, aos 35 anos. Anteriormente, ele foi professor e ensinou a ler e escrever detentos em várias prisões."Ele percebeu que as histórias que ele queria contar eram as verdadeiras histórias, sobre a vida das pessoas, e ele via o jornalismo como uma maneira de dizer o que realmente acontece no mundo", contou Diane Foley em uma entrevista ao Columbia Journalism Review.

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Seu pai John também havia declarado ao mesmo jornal que, antes de sua fatídica viagem para a Síria, "Jim tinha dito que havia encontrado sua paixão"."Estamos horrorizados com a difusão deste vídeo", declarou o CEO da AFP, Emmanuel Hoog, agência para a qual Foley trabalhou.

"James era um jornalista corajoso, independente e imparcial, que foi sequestrado em novembro de 2012, enquanto cobria o conflito na Síria. As reportagens que escrevia para a AFP e outros meios de comunicação eram reconhecidas e admiradas por um amplo público. Nada pode justificar a privação de James a sua liberdade, ou uma ameaça de morte".

"Em nome de John e Diane Foley, e também do GlobalPost, estamos muitos emocionados com as mensagens de apoio que inundaram as redes desde que a possível execução de James foi anunciada", escreveu o CEO da GlobalPost, Philip Balboni.

O sequestro de um outro jornalista, Steven Sotloff, em agosto 2013, permaneceu em sigilo. Ele trabalhou para vários jornais e revistas americanas, incluindo Time ou Foreign Policy.

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