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Mãe que sobreviveu a terremoto de 2009 perde bebê de 1 ano e meio

Arquata del Tronto: mortes tornam a tragédia ainda mais devastadora | STR/AFP
Arquata del Tronto: mortes tornam a tragédia ainda mais devastadora (Foto: STR/AFP)

Enquanto as autoridades ainda procuram sobreviventes nos escombros, os dramas dos mortos no terremoto que atingiu o centro da Itália fazem chorar o país. Como um bebê de 18 meses que morreu em Arquata del Tronto. A pequena Marisol Piermarini estava dormindo em sua casa quando o teto desabou. Sua mãe, Martina Turco, havia se mudado de Aquila, sua cidade natal, em 2009, após sobreviver ao terremoto que matou mais de 300. Sete anos depois, perdeu a filha num desastre parecido.

Martin está internada no hospital Torres de Ancona, onde foi submetida a exames de diagnóstico e está sob observação. O marido Massimiliano Mazzoni está ferido em várias partes do corpo, mas sem gravidade. O corpo de Marisol foi levado para o mesmo hospital, onde parentes choram a perda da criança. O avô, Max Ascoli Piermarini, foi o primeiro a chegar ao local após a tragédia:

“Não queriam que eu fosse, porque era perigoso, mas eu disse que não me importava. Tive que ir buscá-los, infelizmente não havia mais nada a fazer pela menina”.

Pais e filhos morrem juntos

As cidades mais afetadas são Amatrice, Accumoli, Reatino e Arquata del Tronto. Nesta região, o país está dividido em dois: aqueles que procuram os mortos e aquele que tentam retirar os escombros do caminho.

No centro de Reatino, o casal Andrea e Graziella Mancini morreu junto com os dois filhos pequenos, quando a casa inteira veio abaixo. Renata Morioni, que estava de férias a poucos quilômetros de Amatrice, disse que foi “terrível”.

“Senti um tremor muito forte às 3 horas. Parecia interminável. Senti outro 45 minutos depois. Assustador”, disse.

O prefeito de Amatrice, cidade de apenas 2.730 habitantes a 140 quilômetros de Roma, disse estar “no meio de uma cidade que já não existe mais.

“É um verdadeiro drama. Foram abaixo edifícios inteiros, casas do Centro, 75% da localidade estão destruídas”, disse Sérgio Pirozzi.

Netos salvos pela avó

Uma das histórias mais impressionantes até o momento é sobre como uma avó salvou os dois netos, de 6 e 4 anos de idade. Leo e Samuel foram retirados com vida dos escombros de uma casa em Pescara del Tronto, aldeia de Arquata del Tronto. Foram salvos graças à nonna Vitaliana, que após o primeiro abalo sísmico correu e colocou os dois debaixo de sua cama, abraçados a ela. A equipe de resgate encontrou os três feridos, mas vivos. Vito, marido de Vitaliana e avô dos meninos, morreu sob os escombros.

“Salvem ao menos meu cão”

Um cão agora é a única razão de viver de Claudio. A fúria do terremoto em Amatrice transformou sua casa em monte de pedras. Ele foi o único a ser salvo de sua família: o pai, a mãe e a namorada morreram no desastre. Quando já estava dentro da ambulância, antes de ser levado para o hospital, o jovem pediu aos oficiais de resgate em frente à sua casa que procurassem seu cão. Ele tinha acabado de saber que todos de sua família estavam mortos.

“Salvem ao menos meu cão”, pedia aos prantos o rapaz.

Jornais italianos contam que o cachorro foi visto nos braços de um vizinho.

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