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Um tribunal de Hong Kong condenou nesta quinta-feira três ativistas pró-democracia, incluindo o magnata da imprensa Jimmy Lai, por acusações relacionadas à participação deles em uma vigília em memória das vítimas do massacre ocorrido em 1989 na Praça da Paz Celestial, em Pequim.
Lai, dono do jornal Apple Daily, que foi forçado a fechar após perseguição da China, foi preso em junho em Hong Kong, com outros cinco editores e executivos do jornal. Ele foi considerado culpado, nesta quinta-feira, de associação ilegal, ao lado da ex-jornalista Gwyneth Ho e da advogada de direitos humanos Chow Hang-tung.
As autoridades fizeram acusações a mais de 20 ativistas e políticos relacionadas à participação na vigília realizada em Hong Kong no ano passado. Os três condenados hoje foram os únicos a contestar as acusações no tribunal, e por isso foram os últimos a receber um veredicto. Eles já estão presos devido a vários processos decorrentes da rígida Lei de Segurança da região administrativa especial da China.
Lai e Chow foram condenados por incitar outros a participar de concentração não autorizada, enquanto Ho foi condenada por participar do evento. As sentenças serão anunciadas na segunda-feira.
A vigília pelo massacre na Praça da Paz Celestial foi proibida pelas autoridades de Hong Kong no ano passado, pela primeira vez em 31 anos, supostamente por motivos ligados à pandemia de Covid-19. Milhares de pessoas desafiaram a proibição e se reuniram nos atos celebrados no aniversário dos eventos ocorridos na capital chinesa em 4 de junho de 1989.
Pelo menos 26 ativistas foram detidos com relação à vigília, incluindo membros da organização que realizava o evento anualmente. O grupo anunciou a sua dissolução em setembro, após acusações de autoridades de que estavam atuando para interesses estrangeiros. Outros 16 políticos e ativistas já haviam sido condenados por sua participação nos atos de 2020, com penas de seis a dez meses de prisão.
O conhecido líder juvenil pró-democracia Joshua Wong e outros ativistas que se declararam culpados foram condenados a quatro a dez anos de prisão.
Pequim deixou claro neste ano que não irá mais tolerar eventos que rememorem o massacre da Praça da Paz Celestial em Hong Kong ou Macau, os únicos locais dentro da China que ainda realizavam eventos públicos sobre a violenta repressão chinesa a ativistas em 1989.