Foto de arquivo do ex-líder servo-bósnio Radovan Karadzic (à dir.) ao lado de seu general Ratko Mladic, na montanha Vlasic| Foto: Reuters

O general servo-bósnio Ratko Mladic foi preso na Sérvia nesta quinta-feira (26), depois de anos em fuga, por acusações de genocídio, abrindo caminho para que o Estado outrora excluído busque a inclusão na União Europeia.

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Ex-comandante das forças servo-bósnias na Guerra da Bósnia de 1992-95, Mladic foi indiciado por um tribunal internacional de crimes de guerra em 1995 pelo massacre de 8 mil homens e meninos muçulmanos na cidade de Srebrenica, além do cerco brutal de 43 meses a Sarajevo.

"Em nome da República da Sérvia, posso anunciar a prisão de Ratko Mladic. O processo de extradição está em andamento", disse o presidente sérvio Boris Tadic a repórteres em Belgrado.

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Tadic afirmou que Mladic foi detido na Sérvia, país que durante muito tempo disse que não poderia encontrar um homem visto como herói por muitos sérvios.

"Isto retira um fardo pesado da Sérvia e vira uma página de nossa desafortunada história", declarou o presidente.

Mladic foi preso no vilarejo de Lazarevo, perto da pequena cidade de Zrenjanin, no nordeste do país, a cerca de 100 quilômetros da capital Belgrado, informou um oficial de polícia.

Sobreviventes muçulmanos bósnios disseram que a notícia causa um sentimento misto.

"Estou feliz por estar vivo para testemunhar sua prisão, e ao mesmo tempo lamento muito que outras vítimas de Srebrenica não viveram para testemunhar este momento," disse Munira Subasic, que perdeu o filho e o marido quando soldados servo-bósnios sob o comando de Mladic tomaram Srebrenica, designada na época como "área segura pela ONU".

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Um amigo da família de Mladic havia dito à Reuters que ele foi levado ao quartel-general da agência de inteligência sérvia depois que uma autoridade do Ministério do Interior disse que a polícia havia detido alguém que se acreditava ser Mladic e estava verificando sua identidade.

Autoridades informaram que o homem foi detido com documentos no nome de Milorad Komadic e que sua prisão aconteceu graças a uma denúncia anônima.

A União Europeia disse que a detenção de Mladic mostrará que a Sérvia, que sob o governo do falecido Slobodan Milosevic armou e financiou as forças servo-bósnias durante a guerra, deseja levar adiante sua adesão à União Europeia.

"Este é um importante passo adiante para a Sérvia e para a Justiça internacional", disse Catherine Ashton, representante da política externa da União Europeia, em comunicado.

"Esperamos que Ratko Mladic seja transferido sem demora para o Tribunal Criminal Internacional da ex-Iugoslávia (ICTY na sigla em inglês). A cooperação total com o ICTY continua essencial no caminho da adesão da Sérvia à União Europeia", acrescentou ela.

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