Os países que mais emitem gases do efeito estufa se aproximaram de um acordo nas discussões que devem levar à adoção de um novo tratado climático global em dezembro em Copenhague, disse nesta quinta-feira (28) o ministro de Meio Ambiente do Canadá, Jim Prentice.
De acordo com ele, as divergências vêm sendo superadas desde um encontro promovido no mês passado em Washington pelo presidente dos EUA, Barack Obama.
"Estou bastante esperançoso com as perspectivas de obter um acordo", disse Prentice à Reuters. "Minha sensação é de que há um consenso entre os países do G8 de que precisamos ter metas específicas em vigor."
"Nem sempre fui tão otimista, mas a convocação do Fórum das Grandes Economias (sobre Energia e Clima) pelo presidente Obama me leva a ter uma confiança considerável."
Ele alertou, porém, que há "muito trabalho a ser feito" antes de qualquer tratado para substituir o Protocolo de Kyoto, que limita as emissões de gases do efeito estufa pelos países desenvolvidos e expira em 2012.
Embora o Canadá seja signatário de Kyoto, o primeiro-ministro Stephen Harper o abandonou logo após assumir o cargo, em 2006, alegando que os cortes exigidos prejudicariam a economia.
As emissões canadenses de gases do efeito estufa estavam em 2005, 25,3 por cento acima dos níveis de 1990, enquanto o Protocolo de Kyoto recomendava uma redução de 6 por cento em relação a 1990 até o período de 2008-12.
Na opinião dele, a adoção de metas compulsórias para a redução de emissões seria desejável no próximo tratado, "mas acho que é menos importante do que ter os Estados Unidos como parceiro integral".
O governo de George W. Bush retirou os EUA do Protocolo de Kyoto em 2001, também alegando que seu cumprimento traria prejuízos econômicos.
Pratice defendeu que as medidas ambientais venham acompanhadas de estímulos econômicos para que o mundo saia da recessão. "Nunca vi isso como um jogo de soma zero, onde para promover os seus objetivos ambientais você o faz em detrimento da sua economia", disse ele. "É preciso ter certa prosperidade para guiar o progresso ambiental."
O Canadá, segundo ele, pretende estimular sua economia com investimentos em tecnologia limpa, como as práticas de captura e armazenamento de carbono, que literalmente enterram o dióxido de carbono (CO2) recolhido nas usinas termoelétricas a carvão. "Essa é realmente uma tecnologia na qual o Canadá tem liderado."