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Porfirio “Pepe” Lobo e sua esposa, Rosa, comemoram resultado das eleições: vitória nas urnas não garante reconhecimento internacional | Edgard Garrido/Reuters
Porfirio “Pepe” Lobo e sua esposa, Rosa, comemoram resultado das eleições: vitória nas urnas não garante reconhecimento internacional| Foto: Edgard Garrido/Reuters

Estados Unidos apoiam pleito; OEA quer diálogo

Folhapress

Os Estados Unidos contrariaram a maioria da comunidade internacional – incluindo o Brasil – e elogiaram ontem a eleição em Honduras como "um passo adiante’’ na crise po­­lítica que atinge o país há cinco meses.

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Novo presidente

Vencedor faz apelo à unidade

Agência Estado

O candidato conservador Porfirio Lobo, vencedor das eleições presidenciais de Honduras, disse ontem que trabalhará para validar sua vitória no exterior e nacionalmente. "Não há tempo para divisões", afirmou. Apelidado de "Pepe", será do conservador de 61 anos a missão de tentar encerrar a crise.

Lobo prometeu levar de volta ao país o necessário investimento internacional, além de formar um governo de união nacional.

O presidente deposto, Manuel Zelaya, que havia pedido boicote ao pleito, disse ontem que as eleições devem ser anuladas por terem sido realizadas sob um regime golpista.

Grupos de direitos humanos condenaram o ambiente de intimidação e medo antes das eleições. A Organização das Nações Unidas e a Organização dos Estados Americanos (OEA)se negou a monitorar as eleições.

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Vários governos latino-americanos reiteraram ontem que não reconhecerão as eleições em Hon­­duras, enquanto outros as­­sina­­la­­ram que a eleição de Por­­firio Lo­­­­bo para a Presidência hon­­du­­renha poderá abrir uma saída para a crise. A Espanha tam­­bém se ma­­ni­­festou contrária ao re­­co­­nhe­­ci­­mento do pleito hondurenho.

"O governo espanhol não reconhece as eleições, mas também não as ignora", disse o chanceler espanhol Miguel Angel Mo­­rati­­nos, durante a cúpula dos paí­­ses ibero-americanos em Estoril, Por­­tugal.

Também em Estoril, a presidente do Chile, Michelle Bache­­let, disse que as eleições em Hon­­duras aconteceram "conforme havia assinalado a Constituição hondurenha antes do golpe de Estado contra o presidente Ma­­nuel Ze­­laya". Não obstante, Ba­­chelet disse que o pleito de do­­min­­go "não pode ser invocado pa­­ra legitimar um golpe de Es­­tado, desfechado há apenas cinco meses, porque desta maneira seria aberto um precedente grave e inaceitável".

Além do Chile, Brasil, Argen­­tina, Uruguai, Venezuela, Bolí­­via e Equador já haviam dito que não reconheceriam as eleições.

O assessor para Assuntos In­­ternacionais da Presidência do Bra­­­­sil, Marco Aurélio Garcia, disse que alguns "gestos" do presidente eleito de Honduras, Porfirio Lobo, e a taxa real de participação nas elei­­ções poderão le­­var a "mudanças" na posição brasileira, mas ressaltou que o país não re­­co­­nhe­­ce a legitimidade do pleito.

O governo do Paraguai também manifestou sua posição con­­trária. "O presidente (Lugo) disse que é impossível reconhecer as eleições em Honduras", disse Hum­­berto Blasco, ministro da Justiça e do Trabalho do Pa­­ra­guai.

Ao contrário desse grupo de países, Colômbia, Peru e Costa Ri­­ca reafirmaram que reconhecerão o novo governo. "Acon­­­­te­­ceu um processo democrático em Honduras", afirmou o pre­­sidente colombiano, Álvaro Uribe.

O governo do México ainda não tem uma posição definida. O presidente Felipe Calderón pe­­diu a volta da ordem institucional a Honduras, mas lembrou que as eleições do domingo ocorreram sem "observadores internacionais institucionais" e por isso não é possível dizer se o processo foi livre.

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