Os norte-americanos estão divididos por critérios raciais, mas concordam que seu país vai mal e que a recuperação econômica deve ser priorizada, segundo pesquisa do jornal USA Today, do canal ABC News e da Universidade Columbia, divulgada nesta terça-feira (23).
Para 80 por cento dos negros e hispânicos e 76 por cento dos brancos entrevistados, o próximo presidente deve priorizar a questão econômica. De maneira geral, 87 por cento acham que o país está no rumo errado - opinião que prevalece entre 77 por cento dos brancos, 91 por cento dos negros e 74 por cento dos hispânicos.
Essa pesquisa mostra uma forte divisão ente as raças a respeito de quem deve ser o próximo presidente - o democrata negro Barack Obama ou o republicano branco John McCain.
Entre os negros, a expectativa de vitória de Obama é de 70 por cento. Levando-se em conta somente os eleitores registrados, Obama tem 92 por cento das intenções de voto entre os negros, contra apenas 4 por cento para McCain. Entre os hispânicos, o democrata vence por 57-33. Já entre os brancos, a liderança é de McCain, por ampla margem: 56-36 por cento.
Entre os 13 por cento de negros que prevêem a vitória de McCain, a maioria atribui tal resultado ao racismo do eleitorado, segundo o USA Today. Obama é o primeiro negro a disputar a Casa Branca por um grande partido.
Entre os 50 por cento de brancos que antevêem uma vitória de McCain, a razão mais citada para o resultado é a maior experiência do senador. Só 5 por cento dos brancos dizem que o racismo ajudará McCain a vencer.
A pesquisa foi realizada entre 11 e 14 de setembro, pouco antes, portanto, do agravamento da crise financeira nos EUA, o que levou o governo Bush a propor um gigantesco pacote de resgate de Wall Street - tema que nos últimos dias dominou a campanha para a eleição de 4 de novembro.
A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais na amostragem como um todo. Para os negros (1.032 entrevistados), a margem de erro é de 3 pontos percentuais; para os brancos não-hispânicos (543 entrevistados), a margem de erro é de 5 pontos; para os hispânicos (315 ouvidos), a margem de erro é de 6 pontos.