Sessenta e três por cento dos israelenses querem a renúncia do primeiro-ministro, Ehud Olmert, diante de fortes críticas sobre a maneira como ele conduziu a guerra no Líbano, mostrou nesta sexta-feira uma pesquisa de jornal.
A sondagem do diário "Yedioth Aharonoth" mostrou que, pela primeira vez, uma maioria de israelenses está a favor da saída de Olmert, junto com um grande crescimento do apoio popular ao partido de direita Likud, e ao líder da legenda, Benjamin Netanyahu.
Vinte e dois por cento dos israelenses, segundo a pesquisa do "Yedioth", consideram Netanyahu o "mais apropriado" para ser primeiro-ministro de Israel, comparados aos 11% de Olmert.
Olmert também ficou atrás do ultranacionalista Avigdor Lieberman, com 18%, e do veterano Shimon Peres, com 12%, de acordo com o "Yedioth".
A pesquisa do "Yedioth" mostrou ainda que 45% apoiariam Netanyahu para o cargo de primeiro-ministro em novas eleições. O jornal de maior circulação em Israel chamou os resultados da pesquisa de "terremoto" político para Olmert, que é do partido centrista Kadima.
Uma pesquisa similar publicada há uma semana mostrava que 41% queriam a renúncia de Olmert.
Outra pesquisa, esta no jornal "Maariv", mostra que apenas 14% dos israelenses votariam em Olmert se as eleições fossem hoje. Vinte e seis por cento dos entrevistados apóiam Netanyahu, que já foi primeiro-ministro.
Olmert, político de carreira que não tem as credenciais militares de muitos de seus antecessores, viu seu apoio despencar por não ter conseguido dar o golpe fatal ao Hezbollah durante os 34 dias de guerra no Líbano.
Kadima atrás
A pesquisa do "Maariv" mostrou que se as eleições fossem realizadas hoje, o partido Kadima, de Olmert, ganharia apenas 14 cadeiras no Parlamento, comparadas às 24 do Likud e do partido de Lieberman. O partido Trabalhista, de esquerda, ganharia apenas nove assentos.
Além do pedido pela renúncia de Olmert, 74% dos israelenses, segundo a pesquisa do Yedioth, dizem que o ministro da Defesa, Amir Peretz, chefe dos trabalhistas, deveria sair do cargo. Cinqüenta e quatro por cento querem a saída do comandante do Exército, Dan Halutz.
Muitos israelenses consideram o cessar-fogo mediado pela ONU e apoiado por Olmert como um fracasso para Israel, porque o Hezbollah continua com dois soldados israelenses, cuja captura pelo grupo, em 12 de julho, causou a guerra. Pelo menos 1.110 pessoas morreram no Líbano e 157 em Israel durante o conflito.
Em Jerusalém, durante cerimônio no cemitério em que está enterrado o corpo da ex-primeira-ministra Golda Meir, famílias de soldados que morreram nos combates protestaram, unindo-se ao grupo de reservistas que exigem investigação judicial sobre a atuação do governo israelense no conflito e a demissão de Ehud Olmert.
Em tentativa de melhorar sua posição pública, Olmert visitou na quinta-feira diversas cidades no norte de Israel e prometeu mais de US$ 2 bilhões em fundos de reconstrução para a região. Mas ele já está lutando para manter sua coalizão com os trabalhistas, e não disse de onde virá o dinheiro.
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