O governo da Crimeia anunciou oficialmente que o resultado do referendo deste domingo é a favor da anexação da península à Rússia. As autoridades da Crimeia disseram que o comparecimento as urnas foi alto e podia-se ouvir música da era soviética em alguns dos locais de votação.
Com pelo menos 50% dos votos apurados, 95,5% são a favor da separação da Ucrânia e união com Moscou, disse a comissão responsável pela consulta. Apenas 3,5% votaram pela manutenção como território ucraniano. O governo da península garante que 82,7% dos cidadãos aptos a votar compareceram às urnas.
Uma multidão tomou conta da Praça Lênin, principal ponto de encontro de Simferopol, capital da Crimeia, para celebrar o resultado do referendo. Uma delegação do governo da Crimeia viaja nesta segunda para Moscou com o objetivo de iniciar o processo de anexação.
Com apoio dos Estados Unidos e da União Europeia, o governo ucraniano considera a consulta ilegal e já avisou que não vai reconhecê-la, criando uma incerteza sobre os próximos passos na região a partir desta segunda.
De maioria russa, a Crimeia foi anexada à Ucrânia em 1954 na formação da União Soviética. Após a recente queda do então presidente da Ucrânia, Viktor Yanucovih, aliado do presidente russo, Vladimir Putin, o grupo político pró-Rússia tomou o poder na Crimeia e aprovou a anexação a Moscou, convocando o referendo para ratificar a decisão.
O resultado final dever homologado nesta segunda-feira pelo Parlamento local. Cidadãos da etnia tártara, 12% da Crimeia, e os ucranianos, em torno de 25%, teriam boicotado o referendo.
Os Estados Unidos continuam criticando a votação, mesmo antes do resultado oficial. A Casa Branca disse neste domingo que o referendo para unificação da região à Rússia contradiz a constituição da Ucrânia e que não reconhecerá o resultado do referendo. O referendo ocorrem em meio a "ameaça de violência e intimidação do exército russo, o que viola a lei internacional", diz a Casa Branca.
O presidente da Comissão Europeia - braço executivo da União Europeia - José Manuel Durão Barroso, e o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, divulgaram neste domingo um comunicado no qual afirmam que o referendo sobre a anexação da Crimeia à Rússia é ilegal e não terá seu resultado reconhecido pelo bloco.
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