Forças mexicanas de segurança que procuravam por passageiros sequestrados de um ônibus encontraram valas comuns com 59 cadáveres em um estado no norte do país, informaram hoje autoridades.
A descoberta ocorreu na quarta-feira no estado de Tamaulipas, não longe de um lugar onde há oito meses foram encontrados os corpos de 72 imigrantes latino-americanos massacrados por um cartel do narcotráfico. As primeiras vítimas identificadas, contudo, não são imigrantes, e sim mexicanos, informou a procuradoria de Justiça de Tamaulipas. Onze suspeitos que estavam na propriedade rural foram capturados e cinco vítimas que estavam sequestradas foram libertadas.
O procurador de Tamaulipas, Hernán de la Garza, disse que os primeiros três corpos identificados são de mexicanos. O secretário do Interior de Tamaulipas, Morelos Canseco, disse que a primeira denúncia sobre o local foi feita por uma mulher, na cidade de Matamoros, na fronteira com os Estados Unidos. Não se sabe se os cadáveres eram dos passageiros do ônibus sequestrado.
As oito valas comuns foram encontradas na localidade rural de La Joya, em San Fernando, mesmo município onde em 24 de agosto do ano passado foram encontrados os cadáveres de 72 imigrantes, entre eles salvadorenhos, hondurenhos, equatorianos e brasileiros. O lugar fica 130 quilômetros ao sul da fronteira americana. As autoridades atribuíram o massacre dos imigrantes, no ano passado, ao cartel Los Zetas, que atua na região e disputa o controle da venda de tóxicos com o Cartel do Golfo.
Canseco disse que a maioria dos cadáveres encontrados nas novas valas são de homens jovens, o que pode indicar que foram mortos ao se recusar a trabalhar para um cartel. Embora os corpos de duas mulheres tenham sido encontrados, Canseco disse que quando o ônibus foi sequestrado, em 25 de março, os traficantes permitiram que mulheres, crianças e idosos fugissem, levando apenas os homens jovens.
Muitas das vítimas nas valas aparentavam terem sido executadas há mais de 10 dias, em datas que podem coincidir com o sequestro do ônibus. Um comunicado do governo de Tamaulipas, que condenou "energicamente" as matanças, não informou a qual cartel pertencem os suspeitos detidos.
O escritório do presidente do México, Felipe Calderón, ordenou às autoridades federais que ajudem a procuradoria de Tamaulipas nas investigações e façam todos os esforços para identificar as vítimas. As informações são da Associated Press.