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Khourmatou, Iraque (AFP) — Mais de 20 iraquianos foram mortos ontem no Iraque, entre eles 14 em ataques anti-xiitas, dando continuidade à "guerra total" contra esta comunidade decretada há dois dias pelo líder da Al-Qaeda no Iraque, o jordaniano Abu Mussab al-Zarqawi. O ataque mais sangrento aconteceu à tarde, hora local, na cidade de Touz Khourmatou, no norte do país. Onze pessoas morreram e 24 ficaram feridas em um atentado suicida com carro-bomba que tinha como alvo fiéis xiitas que saíam de uma mesquita, informou o médico Ali Hassan, do hospital da cidade. "Um carro-bomba chegou a grande velocidade e se chocou contra xiitas que saíam da mesquita Al-Rasoul al-Adam", declarou o tenente-coronel Azad Abdallah.

De acordo com uma fonte policial, um outro camicase cujo cinturão de explosivos não funcionou foi detido nos arredores da mesquita. Esse atentado se soma a uma série de outros cometidos pela manhã na capital iraquiana. Em um desses ataques, homens armados a bordo de veículos atiraram contra operários xiitas que esperavam numa fila para serem contratados. Dois morreram e 13 ficaram feridos durante a ação, segundo uma fonte do ministério do Interior.

Desde quarta-feira o país vem sofrendo uma série de atentados antixiitas (veja ao lado). A ofensiva foi apresentada pelo braço da rede terrorista Al Qaeda no Iraque como uma retaliação à operação conjunta das forças americanas e iraquianas contra o feudo rebelde de Tal Afar, no noroeste do país. Cerca de 150 insurgentes foram mortos durante essa operação, e outros 400 foram detidos.

Alerta

Ante a degradação da situação, os dignitários religiosos, tanto sunitas como xiitas, expressaram durante suas orações tradicionais da sexta-feira o temor de que os atentados provoquem um conflito intercomunitário. "Advirto contra uma irremediável divisão do país", alertou o xeque sunita Mahmud Mehdi Sumaidai, da mesquita de Oum al-Qura. "A situação pode se tornar incontrável", avisou por sua vez o xeque Abdel Mehdi al-Kerbalai, representante do grande aiatolá xiita Ali Sistani.

Além disso, um policial e um civil foram mortos e outras cinco pessoas ficaram feridas na explosão de um carro-bomba em um bairro do noroeste de Bagdá. Uma pessoa que dirigia um veículo do ministério dos Transportes foi assassinado na avenida Canal Street. Na cidade de Hasswa, 60 quilômetros ao sul de Bagdá, um atentado suicida com carro-bomba contra um comboio policial matou três policiais e feriu outros seis.

Em Iskandariyah, um representante local do governo, Amar al-Khafaji, foi assassinado em sua casa com quatro de seus guardas por homens armados vestindo traje militar, informou a polícia de Hilla. Já o exército americano anunciou a morte de um de seus soldados na quinta-feira em Ramadi. No âmbito político, a impressão do projeto final da Constituição iraquiana, entregue na quarta-feira à missão da ONU em Bagdá após correções de última hora, começará depois de sua leitura, no domingo, aos membros do Parlamento, destacaram as Nações Unidas.

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