O Haiti lembra neste domingo (11) os quatro anos do devastador terremoto que causou 300 mil mortes e deixou mais de 1,5 milhão de pessoas sem lar. Apesar de cerca de 90% terem voltado para casa, mais de 146 mil refugiados continuam em abrigos e em situação de alto risco.
O terremoto que atingiu a nação mais pobre das Américas em 12 de janeiro de 2010 deixou, além de milhares de mortos, perdas materiais no valor de US$ 7 bilhões. Entretanto, ainda restam 146.464 pessoas em situação de extrema vulnerabilidade em 271 campos de desabrigados, nos quais vivem em péssimas condições que pioram a cada dia, segundo a Organização Internacional de Migrações (OIM).
A organização aponta que as pessoas que permanecem nos campos são as mais vulneráveis e vivem na pobreza extrema, sobrevivendo em tendas de campanha feitas para durar seis meses, mas onde vivem há anos. Muitas latrinas já não funcionam mais e quase não há serviços básicos.
Além disso, eles correm risco de sofrer violência, especialmente sexual, ou o despejo forçado. Além de terem ficado sem lar após o terremoto, grande parte desses haitianos perderam o emprego por alguma incapacidade que, após a tragédia, os tornou impossibilitados de exercer o trabalho de antes.
Despejo
Segundo a Direção Geral de Ajuda Humanitária e Defesa Civil (ECHO) da Comissão Europeia, existem 16.377 famílias em risco de sofrer despejo forçado pelas autoridades. Essas pessoas também não têm onde ir.
A direção denuncia ainda que "177 campos foram fechados assim desde 2010 e 16 mil famílias foram expulsas mediante o uso da violência e sem receber nenhum tipo de ajuda".
Esta situação ocorre quando os campos estão em terreno público e o governo quer utilizá-lo para outros fins, ou quando estão em áreas privadas e o proprietário exige a devolução.
Uma pesquisa realizada pela Direção Geral de Água Potável em 65 campos de deslocados concluiu que 92% dos campos que restaram sofrem inundações recorrentes e que 88% está sem tratamento de resíduos.