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Custos

Mais de 150 mil imigrantes ficarão sem atendimento médico na Espanha

Mais de 150 mil imigrantes em situação irregular perderão seu cartão de saúde em 1º de setembro na Espanha, medida que tem como objetivo fazer o governo economizar cerca de 500 milhões de euros (US$ 625 milhões).

Desde sábado (25), os imigrantes ilegais só têm direito exclusivamente aos serviços de urgência, maternidade e atendimento pediátrico. Esta é uma das iniciativas do governo para garantir a sustentabilidade da saúde pública, que tem uma dívida de 16 bilhões de euros (US$ 20 bilhões).

Algumas regiões espanholas, profissionais da saúde e partidos da oposição criticaram a medida. O número de estrangeiros vivendo na Espanha é de 5.711.040 pessoas, segundo o Instituto Nacional de Estatística, mas 459.946 deles não têm visto de residência permanente.

A maioria dos estrangeiros em situação irregular (306.477) vem de países da União Europeia, por isso não têm obrigação de se inscrever.

O restante (153.469) são imigrantes de fora da comunidade europeia e que serão atingidos pela medida pois não fazem parte do Seguro Social. Antes, eles tinham direito ao mesmo atendimento dos espanhóis apenas por estarem recenseados.

O custo da saúde por habitante na Espanha é de 1.600 euros (US$ 2 mil), quantidade que multiplicada pelos 153.469 afetados significaria uma economia de apenas 245 milhões de euros (US$ 306 milhões), nem sequer a metade do estimado pelo governo de Mariano Rajoy.

No entanto, a arrecadação pode ser muito superior, pois algumas ONG's dizem que o número de ilegais na Espanha chega a quase um milhão de pessoas.

O Ministério da Saúde se comprometeu a não deixar sem tratamento doentes crônicos ou graves, embora o atendimento será custeado pelo país de origem do paciente se existir convênio de colaboração.

Se não houver, o imigrante será atendido quando o médico determinar que existe risco de morte. Está sendo debatida uma medida que ofereceria aos imigrantes ilegais a possibilidade de pagar por um seguro de saúde completo.

As organizações em defesa dos imigrantes protestaram no sábado para exigir que o governo não aplique a lei. O País Basco, Andaluzia, Astúrias e Catalunha são as quatro regiões que, contra a lei, seguirão atendendo os imigrantes em situação irregular.

O governante Partido Popular (PP) acusou a oposição de fazer "demagogia" ao invés de colaborar para tirar a Espanha da crise, enquanto outros grupos sustentam que a medida destrói a universalidade da saúde e classificaram a medida de xenófoba.

Mais de 1.600 médicos também criticaram a iniciativa e se comprometeram a atender os imigrantes por meio da Sociedade Espanhola de Medicina Familiar e Comunitária, e muitas organizações de saúde rejeitaram o decreto e ameaçaram não cumpri-lo

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