Ouça este conteúdo
A ONG Foro Penal divulgou na terça-feira (31) o último levantamento do ano sobre repressão na Venezuela onde apontou que 1.794 pessoas permanecem detidas no país como presos políticos. De acordo com a organização, a maior parte dessas pessoas foram presas durante protestos contra a fraude eleitoral do ditador Nicolás Maduro, em julho de 2024.
Segundo o Foro Penal, do total de presos políticos, 1.589 são homens e 205 mulheres. Entre eles, 1.632 são civis e 162 pertencem às Forças Armadas. Há ainda menores de idade entre os presos, com idades entre 14 e 17 anos.
Os números divulgados refletem a profundidade da crise política e de direitos humanos na Venezuela. Segundo dados do próprio regime chavista, cerca de 2,4 mil pessoas foram detidas após as eleições. Em sua contagem, a ONG Foro Penal exclui casos considerados como crimes comuns ou que não foram denunciados formalmente por familiares.
A ditadura venezuelana anunciou em dezembro que tinha libertado cerca de 1.369 presos políticos durante o chamado “processo permanente de revisão de casos”. No entanto, críticas surgiram quanto às condições impostas aos libertados. A ONG Comitê pela Liberdade dos Presos Políticos denunciou que muitos deles foram obrigados a assinar declarações alegando que seus direitos humanos foram respeitados.
“Sem essa assinatura, os tribunais não emitem as ordens de liberdade”, alertou a entidade.