Deslizamento de terra que atingiu a aldeia de Kaokalam, província de Enga, Papua Nova Guiné| Foto: EFE/EPA/NINGA ROLE
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O Centro Nacional de Desastres da Papua Nova Guiné afirmou que mais de 2 mil pessoas foram soterradas pela grande avalanche que devastou uma cidade remota no norte do país na manhã de sexta-feira (24).

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Segundo uma carta desse centro, datada deste domingo (26), e enviada ao coordenador da ONU no país, à qual a Agência EFE teve acesso nesta segunda-feira (27), “mais de 2.000 pessoas foram enterradas vivas” pela “enorme avalanche” que ocorreu perto da mina de ouro de Porgera, na província da Enga, no norte do país.

A avalanche, que ocorreu às 3h de sexta-feira (14h de quinta-feira em Brasília), “causou grande destruição de edifícios e campos e gerou um grande impacto no sustento econômico do país”, detalhou a carta, acrescentando que a principal estrada de acesso à mina de Porgera “está completamente bloqueada”.

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“A situação permanece instável à medida que o deslizamento de terra continua lentamente, o que ainda representa um perigo para as equipes de resgate e os sobreviventes”, alertou a carta.

Fontes da ONU consultadas pela EFE relataram a dificuldade de determinar com precisão o número de mortos e desaparecidos devido, em parte, à laboriosa operação de resgate por conta da instabilidade do terreno e do difícil acesso à área.

Dados deste domingo da Organização Internacional para as Migrações (OIM), que tem seis trabalhadores na área do desastre, estimaram em 670 o número de soterrados, admitindo que “a esperança de encontrá-los vivos está se desvanecendo”.

A avalanche, que teria atingido 150 casas, também deslocou cerca de mil pessoas, segundo a mesma agência.

O desabamento de parte de uma montanha na manhã de sexta-feira atingiu a cidade de Kaokalam, a cerca de 600 quilômetros da capital do país, Port Moresby, soterrando casas com uma camada de entre seis e oito metros de profundidade.

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A área afetada costuma sofrer com chuvas intensas e inundações, e deslizamentos de terra não são incomuns no país, onde, apesar da riqueza de recursos naturais, grande parte dos seus mais de nove milhões de habitantes vive em extrema pobreza e está isolada devido a uma falta de comunicações e infraestruturas, especialmente em locais remotos como o da atual catástrofe.

Papua Nova Guiné fica no chamado Círculo de Fogo do Pacífico, uma área de grande atividade sísmica e vulcânica que é abalada por cerca de 7 mil terremotos por ano, a maioria deles moderados.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]