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Mais de 200 mil cidadãos russos entraram no Cazaquistão após a declaração de mobilização militar parcial na Rússia em 21 de setembro, conforme informaram nesta terça-feira (04) as autoridades cazaques.
"Mais de 200 mil russos entraram no Cazaquistão desde 21 de setembro e 147 mil já deixaram o país", disse o ministro do Interior do Cazaquistão, Marat Akhmezhanov.
De acordo com dados não oficiais, esse número é ainda maior. Assim, especialistas locais estimam que em duas semanas entraram no país mais de 250 mil russos.
Akhmezhanov disse que ontem mais de 7 mil cidadãos russos atravessaram a fronteira do Cazaquistão e 11 mil deixaram o país.
"As pessoas que chegam vão embora. Estão todas sob controle de imigração", disse o ministro.
De acordo com o ministro do Desenvolvimento Digital, Inovação e Indústria Aeroespacial, Bagdat Musin, cerca de 70 mil cidadãos russos receberam um número de identificação individual no Cazaquistão desde 21 de setembro, que é atribuído a não residentes para que possam receber cartões bancários e assistência médica.
Esse é o segundo êxodo de russos para o Cazaquistão, depois de registrar uma primeira onda de migrantes no final de fevereiro, após o início da guerra na Ucrânia.
Junto com o Cazaquistão, que até agora recebeu o maior número de russos fugindo da instabilidade, dezenas de milhares de viajantes daquele país foram recebidos pela Geórgia, Armênia, Turquia e Finlândia.
Rússia anuncia alistamento de 200 mil em mobilização
O ministro da Defesa da Rússia, Serguei Choigu, afirmou nesta terça-feira que mais de 200 mil homens foram alistados no serviço militar, como parte da mobilização parcial decretada pelo presidente do país, Vladimir Putin, em 21 de setembro.
A informação foi divulgada pelo titular da pasta após a realização de uma reunião com os altos comandos militares russos. Anteriormente, o próprio Choigu havia anunciado que a mobilização afetaria um total de 300 mil reservistas.
"A preparação do pessoal das unidades que foram formados acontece em 80 polígonos e seis centros de instrução", indicou o ministro.
O integrante do governo de Putin explicou que foram dadas ordens para que os mobilizados recebam os equipamentos necessários.
Choigu pediu que aos comandantes que a instrução dos mobilizados seja feita por "oficiais com experiência de combate", para facilitar a adaptação dos recém incorporados.
O ministro detalhou que o emprego das unidades de mobilizados deve ser planejado em conjunto com unidades que já participam das ações militares na Ucrânia.
Além disso, Choigu garantiu que um grande número de voluntários segue se apresentando nos centros de alistamento.
"É extremamente importante estudar cuidadosamente cada solicitação. Ninguém deve ser rejeitado sem boas razões", orientou o ministro.
Na última quinta-feira (29), Putin ordenou o envio de volta para casa de todos os homens mobilizados por erro, diante dos crescentes protestos e denúncias de arbitrariedades, com os casos mais graves ocorrendo na região de Khabarovsk, no extremo oriente russo.