Mais de 20.000 pessoas estavam reunidas neste sábado (10) em Moscou para protestar contra o que consideram fraude nas eleições legislativas de 4 de dezembro vencidas pelo partido do primeiro-ministro Vladimir Putin, informou a polícia da capital russa.
De acordo com fontes policiais, o número de manifestantes na praça Bolotnaya chegou a 20.000 pouco antes das 15H00 (9H00 de Brasília).
Um dos líderes do movimento opositor Solidarnost, Ilia Ponomarev, citado pela agência Interfax, afirmou que 40.000 pessoas estavam na praça Bolotnaya, centro de Moscou, e que outras 10.000 estavam a caminho.
A mobilização para denunciar as fraudes nas eleições de 4 de dezembro, com manifestações em várias cidades do país, não tem precedentes na Rússia desde que Vladimir Putin chegou ao poder, em 2000.
O Diário Oficial russo publicou neste sábado os resultados oficiais das eleições legislativas, que confirmam a vitória do partido governista, Rússia Unida, com 49,32% dos votos.
Segundo os resultados publicados pelo Rossiiskaia Gazeta, o partido de Vladimir Putin terá a maioria absoluta de 238 cadeiras, de um total de 450, na Duma (Câmara Baixa).
Os resultados apontam 92 deputados ao Partido Comunista (19,19% dos votos), 64 ao Partido Rússia Justa (centro-esquerda, 13,24%), e 56 ao Partido Liberal Democrata (nacionalista, 11,67%).
O partido de oposição liberal Iabloko, com 3,43% dos votos, não estará representado na Duma.
De acordo com os resultados oficiais, a participação foi de 60,21%.
A missão de observadores da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) anunciou ter constatado muitas irregularidades na votação.
O site da ONG "Observador cidadão" (nabludatel.org) afirma que os resultados reais das legislativas dariam ao Rússia Unida quase 20 pontos a menos, com uma participação real de pouco mais de 50%.
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