Violência
Ataque mata 15 e fere 20 na Universidade de Damasco
Folhapress
Morteiros atingiram, ontem a Universidade de Damasco, deixando ao menos 15 mortos e 20 feridos, informações são confirmadas tanto pela agência estatal de notícias quanto pela oposição.
De acordo com o governo, os morteiros atingiram a cafeteria do departamento de arquitetura da universidade, localizada no distrito central damasceno de Baramkeh.
Ficam nas redondezas o Ministério da Defesa, o escritório central da agência de notícias e a residência oficial do ditador Bashar Assad.
Imagens de cadeiras, mesas, vidro estilhaçado e sangue foram exibidas pela televisão estatal Al Ikhbariya.
O governo culpa "terroristas" pelo ataque termo pelo qual o regime de Assad se refere à insurgência que tenta, desde março de 2011, derrubá-lo do poder. Segundo a ONU, mais de 70 mil pessoas morreram nesses dois anos de confronto civil violento.
Com a escalada dos conflitos, a ONU anunciou na segunda-feira a retirada de metade de seu quadro internacional de Damasco. Um morteiro havia caído perto do hotel onde se hospedavam.
Cerca de 5,5 milhões de pessoas na Síria, mais de um quarto da população do país, precisam de ajuda humanitária para sobreviver após dois anos de conflito armado, concluíram nesta semana as agências de socorro da ONU.
Desse total, cerca de 3,6 milhões são deslocados internos, o que representa 1 milhão de pessoas que se viram obrigadas a abandonar seus locais de origem a mais em relação ao número que trabalhavam até há poucas semanas várias organizações de ajuda.
"A ajuda só está chegando a uma fração dos que precisam dela", disse o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Adrian Edwards.
Além das vítimas da guerra civil dentro da Síria, há 1,1 milhão de refugiados sírios que fugiram, em grande parte, para os países vizinhos.
Segundo as estimativas realizadas até o fim de semana passada, o Líbano acolhe 376 mil refugiados sírios; a Jordânia, cerca de 370 mil; a Turquia, 261 mil e o Iraque, 118 mil; enquanto ao Egito chegaram 45 mil e outros 8 mil se encontram em diferentes países do norte da África.
Fronteiras
O porta-voz do Acnur confirmou que o governo da Jordânia decidiu fechar um de seus principais postos fronteiriços com a Síria já que nessa região houve confrontos entre as forças governamentais e rebeldes nos dois últimos dias.
No entanto, Edwards assegurou que os refugiados "estão passando por outros lugares", após definir que só ontem à noite 1.644 chegaram à Jordânia.
O porta-voz da Organização Internacional de Migrações (OIM), Jumbe Omari, também afirmou que, apesar do fechamento da fronteira, continua se permitindo a entrada de sírios à Jordânia e disse que, segundo a informação recebida ontem de sua equipe no local, 1.624 chegaram na madrugada de terça-feira.
O Acnur reiterou sua chamada a todas as partes do conflito para que garantam o deslocamento seguro dos comboios com ajuda humanitária para a população síria, após revelar que ultimamente vários deles sofreram atraso ou sido cancelados pela insegurança.
O órgão detalhou que, desde o início deste ano, quatro comboios o último, na semana passada chegaram ao norte da Síria, cujo controle está em grande parte em mãos dos grupos opositores.